Quatro pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (20) durante a operação ‘Impostores’, acusados de se passarem por Policiais Civis para realizarem roubo de drogas em Campo Grande. A operação foi deflagrada pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos) com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
Foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande-MS.
O caso
No dia 18 de outubro, um morador do bairro Aguadinha, em Campo Grande, registrou um boletim de ocorrência relatando o roubo a sua casa, onde os criminosos teriam levado joias, aparelhos celulares e R$ 15 mil em dinheiro.
A polícia notou diversas inconsistências no depoimento do homem, que revelou que, na verdade, atuava como ‘guarda-roupa’, pessoa com função de guardar drogas para traficantes, e estava escondendo 65 kg de cocaína em sua residência. No dia do suposto roubo, o homem teria sido abordado por indivíduos que se identificaram como policiais civis da DENAR (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
Os supostos agentes usavam roupas operacionais, portavam armas de fogo e usavam gírias da polícia. Além disso, eles utilizavam os veículos VW/Gol de cor vermelha e GM/Ônix de cor prata. Os supostos policiais acabaram realizando revista na casa, oportunidade em que “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois aparelhos celulares.
O homem foi ‘preso’ e colocado dentro do Ônix, informado que seria conduzido a Denar. Entretanto, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor e seguiram para local desconhecido em poder da droga e celulares subtraídos.
O morador relatou que só registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente a subtração de dinheiro e joias, porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.
A investigação
Após investigação policial, a DERF identificou quatro autores: um policial militar aposentado de 59 anos, um ex-policia militar expulso em 2004, de 52 anos, um vigilante de 48 anos e um técnico em agrimensura, de 25 anos. Todos foram indiciados pelas infrações penais de roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.
Durante a investigação, foram apreendidos em poder do grupo: VW/Gol de cor vermelha; GM/Ônix de cor prata; uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação.
Um dos indivíduos também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava na posse de aproximadamente 250 g de pasta base de cocaína. A DERF ainda realiza diligências visando cumprir os dois mandados de prisão remanescentes.