Na manhã desta quinta-feira (5), a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagaram a Operação ‘Expertus’ para cumprir ordem de prisão preventiva contra o perito judicial Charles Fonseca William.
Também foi realizada busca e apreensão em endereços vinculados ao investigado. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal do Rio.
Segundo a investigação, o perito Charles William recebeu dinheiro para atuar em benefício do setor tanto em processos em que ele era nomeado perito judicial, produzindo laudos favoráveis às empresas, quanto em ações em que era assistente técnico, mas intercedia junto a outros peritos. O esquema foi revelado por colaboradores ligados à Rio Ônibus e à Federação das Empresas de Transporte do Rio de Janeiro (Fetranspor).
“Foram identificados pagamentos de R$ 4.9 milhões apenas no período de 31/05/2012 a 21/05/2015, tudo registrado nas planilhas do doleiro Álvaro Novis, operador financeiro da Fetranspor, que firmou acordo de colaboração premiada com o MPF. As entregas eram registradas com o codinome “Charles” no endereço do escritório do perito em Niterói”, diz a nota do MPF.
O MPF informou também ter identificado “inúmeras ligações telefônicas entre Charles William e o empresário de ônibus José Carlos Lavouras, que vive em Portugal, foragido da justiça desde a Operação Ponto Final”.
“Também chamaram a atenção dos investigadores operações financeiras milionárias nas contas de Charles William, algumas realizadas por empresas com sócios “laranjas” ou offshores no Panamá, que reforçam os indícios de lavagem do dinheiro recebido como propina. A análise da Receita Federal sobre o patrimônio do perito, composto por imóveis de luxo, também indicou a possível omissão de rendimentos”, informa o MPF.
(Texto: Karine Alencar com informações da Agência Brasil)