Na luta para impedir que detentos tenham acesso a materiais ilícitos, a intensificação de trabalhos e instalação de equipamentos com tecnologia de ponta triplicou o número de interceptações nas unidades prisionais de Mato Grosso do Sul nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O balanço integra o relatório da Diretoria de Operações da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Conforme o levantamento, ao todo, foram interceptados mais de 79,3 kg de entorpecentes nos seis primeiros meses de 2020. Destes, 97% foram arremessados pelas muralhas dos presídios e apreendidos pelos policiais penais. Já no mesmo período de 2019, esse número chegou a 24,5 kg de drogas capturadas.
Em todo o ano passado, os agentes interceptaram 821 aparelhos de celulares, impedindo que esse meio de comunicação chegasse em poder dos presos. Os dados apontam, ainda, que, somente nos primeiros seis meses deste ano, já foram interceptados 381 celulares pelos policiais penais entre arremessos pelo muro e com visitantes em presídios masculinos e femininos do estado.
A Agepen conta com o sistema de videomonitoramento em pontos estratégicos, contribuindo com o trabalho de vigilância dos servidores e o acompanhamento em tempo real de toda a movimentação dentro da unidade, assim como, nas proximidades, o que tem facilitado a identificação de arremessos externos de materiais proibidos.
Outro aparelhamento importante é a inspeção por meio do escâner corporal, para todos que adentram os estabelecimentos penais; bem como, o detector de metais e o aparelho de raio-x em esteira para vistoria de objetos levados. Além de garantir maior segurança durante as atividades, possibilitam uma inspeção mais minuciosa e precisa de pessoas e materiais.
Recordistas em interceptações
Representando 52% das apreensões de todo o estado, no Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho (EPJFC) – presídio de Segurança Máxima da Capital – os servidores interceptaram mais de 41,3 quilos de entorpecentes neste ano, quantidade 250% superior a do ano passado.
Já a apreensão de celulares subiu cerca de 50%, passando de 187 para 279 aparelhos recolhidos pelos policiais penais antes de chegar em poder dos custodiados.
O diretor do EPJFC, Mauro Augusto Ferrari de Araújo, aponta que o grande volume de interceptações na unidade se dá pela atuação integrada dos servidores, aliado ao uso de tecnologias, entre elas, a instalação de três câmeras de alta precisão.
Em Dourados, o maior presídio do estado realizou a apreensão de 9,8 quilos de entorpecentes, entre substância análoga à maconha e cocaína entre janeiro e junho deste ano. Valor três vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado, que ficou na faixa dos 3,2 quilos.
(Texto: João Fernandes com assessoria)