A Polícia Federal em São Paulo investiga se a “bolada” de R$ 12 milhões em dinheiro vivo apreendida pela Polícia Militar Rodoviária durante operação na última quinta- -feira (30), em Presidente Prudente (cidade paulista que faz divisa com MS), poderia ser uma tentativa dos autores do ataque ocorrido em Araçatuba, no dia 30 de agosto, de pagar ao PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo empréstimo das armas utilizadas no crime. Segundo a PM paulista, um caminhoneiro de 38 anos, de Maracaju, foi flagrado na Rodovia Raposo Tavares (SP-270) com um total de R$ 11.551.636,40 e R$ 4.344.166,04 em dólares escondidos em um fundo falso na cabine de seu caminhão.
É o maior valor ilegal apreendido pelas autoridades paulistas em quatro anos, segundo apurou O Estado. Em seu depoimento na delegacia da PF na cidade paulista, o caminhoneiro alegou que levou frutas de MS para a Grande São Paulo e, procurado por suspeitos, aceitou levar o dinheiro na viagem de volta ao Estado. Ele entregaria a “bolada” em Maracaju a uma dupla que o esperaria assim que chegasse à cidade. Ligações dos negociantes do frete foram interceptadas por setores de inteligência da PM e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do estado vizinho. Descobriu-se o veículo, mas não as motivações para a “transferência ilegal”.
A PF, que até agora prendeu oito pessoas e já cumpriu 32 mandados, sendo 5 de prisão temporária e 27 de busca e apreensão pela “noite do terror” em Araçatuba, vê vínculo do montante com o caso. À reportagem, fontes do órgão federal admitem que a investigação inicial sobre a origem do dinheiro é a do pagamento prometido pelos autores do ocorrido a integrantes da facção, que controlam o tráfico de drogas e armas nas fronteiras com Paraguai e Bolívia e teriam ajudado no caso com empréstimo de armas, veículos e logística (veja abaixo).
Mas não é opinião única. Parte da cúpula da PM paulista, que lidera as apurações sobre as movimentações do PCC, acreditam que o dinheiro é parte da arrecadação com o tráfico destinada a custear a liderança da facção estabelecida no Paraguai. Com contas bancárias vigiadas desde que um importante contador e advogado da quadrilha foi preso, no ano passado, esse método de transferência financeira vem sendo utilizado pelo bando (leia mais abaixo).
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