Pela primeira vez formalmente, o pedreiro Cléber de Souza Carvalho, 43 anos, após confessar o assassinato de sete pessoas, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios. Na fala, negou a participação da mulher e filha, também presas pela participação em um de seus crimes. Além disso, a polícia suspeita que seu próprio primo pode ser a oitava vítima do acusado.
Durante sua fala de 55 minutos, Carvalho manteve a confissão dos sete assassinatos, mas apresentou uma versão diferente da relatada a polícia por sua filha Yasmim Natasha Gonçalves, 19, que também está presa acusada de participação no homicídio e ocultação de cadáver do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, 61, encontrado enterrado no quintal da própria casa no dia 7 de maio.
O pedreiro alegou que agiu em legítima defesa. Isso porque justificou que negociou o aluguel da casa com o idoso e estava fazendo um serviço para arrumar o imóvel e se mudar, quando houve um desentendimento entre ambos. De acordo com a versão do acusado, Santos pegou uma faca para atacá-lo e ele se defendeu golpeando a vítima na cabeça. Sobre a ocultação de cadáver, Carvalho afirma que o enterrou no dia seguinte no quintal e depois se mudou para a casa com a família, conforme combinado.
Antes, Yasmim afirmara à polícia que ela e sua mãe, Roselaine Tavares Gonçalves, 40, ajudaram a matar o comerciante e que o plano sempre foi tomar o imóvel dele. A família estava morando no local após o brutal assassinato. Carvalho já fora acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele está em uma cela do Instituo Penal da Capital. Mulher e filha responderão apenas pelo assassinato do comerciante e foram transferidas ontem (3) para um presídio feminino em Corumbá.
Os próximos passos da investigação, segundo a polícia, é apurar detalhes do desaparecimento do primo de Carvalho, ocorrido em outubro do ano passado, e que a família acredita ter sido morta por estar envolvido na venda de, pelo menos, duas casas usadas pelo serial killer para esconder suas vítimas em crimes passados.
(Texto: Rafael Ribeiro)