Operação mira desvio de recursos em órgão de saúde indígena

Policiais federais realizaram, na manhã de ontem (19) uma operação na sede do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e agentes saíram do local carregando malotes com documentos. A assessoria da PF disse que não comentaria oficialmente o assunto, mas O Estado apurou que o objetivo é investigar suposto desvio de recursos enviados pelo Ministério da Saúde para ajudar em ações de combate ao coronavírus nas aldeias indígenas.

Os agentes da PF permaneceram por mais de cinco horas no prédio, na Vila Bandeirantes, região central da Capital. Funcionários que chegaram para trabalhar foram proibidos de entrar e tiveram que aguardar no pátio do local. O coordenador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), o militar aposentado José Magalhães Filho, acompanhou parte dos trabalhos no prédio. Procurada, a autarquia federaltambém não quis se pronunciar. Além da PF, equipes da Receita Federal e da CGU (Controladoria Geral da União) também participam da ação.

O DSEI é responsável pelo atendimento médico de cerca 85 mil indígenas na área da saúde em Mato Grosso do Sul, divididas em oito etnias e 78 aldeias. Antes de Mato Grosso do Sul, operações semelhantes de fiscalização das prestações de contas com verbas destinadas à ações contra o coronavírus entre os indígenas foram registradas em outros estados, como o vizinho Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Bahia e Maranhão.

A reportagem apurou que a ordem para operações do tipo partiu diretamente do ministro Eduardo Pazuello. Por aqui, ela ‘atrasou’ por conta da demissão do coordenador do DSEI local, Eldo Elcídio Moro, no último dia 10. Pazuello, na verdade, estaria obedecendo decisão do Ministério Público Federal, que em maio foi à Justiça pedindo maior transparência e reestruturação dos distritos sanitários para conter a pandemia entre indígenas.

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(Texto: Rafael Ribeiro)

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