Um aumento de 300% se comprado ao mesmo período de 2018
Desde o primeiro dia do ano até o dia 29 de janeiro, oito pessoas já perderam a vida no trânsito de Campo Grande, sendo seis motociclistas, um pedestre e um ciclista. Os dados são da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e mostram ainda um aumento de 300% no número de óbitos, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas duas mortes, sendo as duas vítimas ciclistas.
De acordo com a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta, o principal fator para os números é porque os motoristas não respeitam a velocidade máxima da via. “Os condutores não andam na velocidade da via. Para se ter uma ideia, se o condutor estiver a 50 km/h e frear, a velocidade dela chega a 5 km/h e a chance de sobreviver é 80%, mas se ele estivar a 60 km/h e frear, a velocidade chega a 32km/h e ele tem apenas 10% de sobreviver, isso porque estamos falando de apenas de 10 km/h a mais”, explica.
Ainda conforme Ivanise, o número de motociclista é sempre maior nas estatísticas por conta da vulnerabilidade. “O motociclista tem a vulnerabilidade de um pedestre com velocidade associada, um “pedestre voador”. Infelizmente, o motociclista estando certo ou errado diante das leis de trânsito, ele sempre sai prejudicado”, ressalta.
O último acidente envolvendo motociclista ocorreu no bairro Caiçara, no dia 28, terça-feira. A colisão foi entre duas motocicletas no cruzamento da Rua Vital Brasil com a Rua dos Marimbas e o motociclista Ritinho Lemes Soares, de 23 anos, morreu na hora. Conforme imagem de uma câmera de segurança de uma casa próxima ao cruzamento, o piloto da outra moto, um adolescente de 17 anos com um garupa, desrespeitou a preferencial, provocando o acidente.
O ciclista que perdeu a vida no trânsito é José Teocléssio da Costa, de 83 anos. O fato ocorreu no dia 9 de janeiro, na Vila Ipiranga, em frente a sua residência. Segundo informações, o senhor havia saído de bicicleta para fazer uns serviços em terrenos que ele tinha na região, mas havia esquecido as chaves e voltou para buscá-las, quando chegou na frente da sua casa acabou sendo atropelado por um carro.
Já a morte do pedestre ocorreu no dia 19 de janeiro. A vítima, uma senhora de 79 anos, saia de um sacolão na Avenida José Nogueira Vieira, que fica entre as ruas do Pistão e do Prato, no bairro Tiradentes, quando foi atropelada por uma motocicleta. Ela não resistiu aos ferimentos, mesmo depois dos socorristas ficarem aproximadamente 30 minutos tentando reanimá-la no local.
Ainda de acordo com os dados da Agetran, durante todo o ano passado, 72 pessoas morreram no trânsito de Campo Grande, sendo 45 motociclistas, oito ciclistas, 11 pedestres, sete condutores ou passageiros de veículos e uma morte que não teve a condição da vítima identificado. Desde o ano de 2011 que os números de óbitos no trânsito vem diminuindo. A redução é de 45% se comprado o ano passado com 2011, quando foram registradas 132 mortes. E, desses nove anos de estatísticas da Agetran, o ano com menor número de óbitos é 2017 com 70 registros.
(Texto: Rafaela Alves)