A Justiça Militar de São Paulo condenou 42 dos 53 policiais militares denunciados pelo Ministério Público por favorecer ações do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Os PMs foram sentenciados pelos crimes de organização criminosa, associação ao tráfico de drogas, corrupção passiva, falsidade ideológica e concussão em processo que durou nove meses e ouviu 151 pessoas.
Os militares foram presos em dezembro do ano passado no âmbito da Operação Ubirajara, que mirou policiais que supostamente achacavam e cobravam propinas para não prender traficantes do PCC pegos em flagrante. À época, a Corregedoria da corporação afirmou que foi o maior número de PMs presos de uma só vez.
O julgamento contra os militares foi presidido pelo juiz Ronaldo João Roth, da 1ª Auditoria Militar, que decretou penas que variam de cinco a 83 anos de prisão contra os agentes. Os policiais denunciados eram sargentos, cabos, soldados e um subtenente.
De acordo com o Ministério Público, as investigações começaram em fevereiro de 2018 após uma denúncia anônima afirmar, ‘com riqueza de detalhes’, a ação de PMs que apreenderam drogas com um traficante, exigindo o pagamento de propinas ao integrante do PCC para evitar decretar a prisão em flagrante. Em troca, o crime seria imputado a um adolescente.
(Texto: Estadão)