Jovem Guarani Kaiowá é assassinado em Coronel Sapucaia

Foto: Divulgação/Comunidade Taquaperi
Foto: Divulgação/Comunidade Taquaperi

O jovem Guarani Kaiowá, Alex Recarte Vasques Lopez, de 18 anos foi assassinado após deixar a reserva Taquaperi, onde morava, junto com dois outros jovens Guarani Kaiowá, para buscar lenha em área do entorno da terra indígena, de acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) em relatório divulgado ontem (22).

De acordo com a liderança indígena, o assassinato do jovem ocorreu no sábado (21). O corpo de Alex teria sido levado para o lado paraguaio da fronteira que fica menos de 10 quilômetros dos limites da reserva indígena.

Em ato de protesto contra a morte do rapaz, o povo Guarani e Kaiowá retomou uma fazenda no munícipio de Coronel Sapucaia na madrugada deste domingo (23). Segundo lideranças, a morte ocorreu na fazenda que foi retomada, vizinha a terra indígena Taquaperi.

No início da tarde de ontem, o acesso à retomada foi impedido por bloqueio realizado por viaturas da DOF (Departamento de Operações de Fronteira). A barreira foi feita na rodovia MS-286, que atravessa a reserva indígena e dá acesso a outras comunidades da região, que em prática são isoladas.

O corpo do jovem estava com pelo menos cinco orifícios compatíveis com projéteis de arma de fogo. A situação de extrema violência foi o que motivou as lideranças a realizarem a retomada. “A família fica com dor no coração, porque além de matar, aqui no vizinho, carregaram e jogaram lá no Paraguai. Parece um animal, é coisa triste. Então, tomamos essa decisão nossa, da família e da comunidade inteira do Taquaperi”, relata uma liderança que não quis se identificar.

Os Guarani Kaiowá cobram que o assassinato seja investigado com urgência. Os indígenas ainda dizem que não confiam nas forças de segurança estaduais que em diversas vezes agiram em favor dos fazendeiros.

Após o brutal assassinato de Alex Lopes, de 18 anos, a comunidade da reserva indígena Taquaperi decidiu retomar a fazenda onde o jovem teria sido morto. Lideranças cobram investigação federal do caso. Foto: comunidade TaquaperiFoto: comunidade Taquaperi

Em apenas dois anos, foram assassinadas três importantes lideranças do tekoha Kurusu Amba, também localizado no município: a rezadora Xurite Lopes, em 2007,  e as lideranças Ortiz Lopes, também em 2007, e Oswaldo Lopes, em 2009 – todos até hoje impunes.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Cimi.

Acesse também as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *