Ibama e ONGs treinam brigadas comunitárias para combater fogo

Para minimizar a situação de despreparo das comunidades em relação ao combate ao fogo no Pantanal, brigadistas comunitários estão passando por treinamento nesta semana. As ações estão divididas em quatro municípios da região e deve formar 28 brigadistas, que usarão equipamentos doados pelo Observatório Pantanal e pela WWF-Brasil. A iniciativa é resultado do convênio entre a ONG (Organização Não Governamental) Ecoa e o Prevfogo/Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Os cursos acontecem no assentamento 72, em Ladário; Aldeia Brejão,em Nioaque; Apaim (Associação de Pescadores Artesanais de Iscas de Miranda), em Miranda, e na região da Serra do Amolar, em Corumbá. Para o diretor-presidente da Ecoa, André Siqueira, o treinamento é fundamental no processo de educação ambiental, sensibilização, e mudança na dinâmica e no comportamento do uso do fogo naquele território. “A brigada faz parte de um contexto em que precisamos voltar a discutir ecologia do fogo, manejo integrado e queimas prescritas”, reiterou.

Para Siqueira, as brigadas comunitárias são essenciais para evitar que o cenário catastrófico de incêndios registrados neste ano continue se repetindo. “É necessário treinar atores locais de diferentes segmentos da sociedade”, disse. “Pessoas que tenham condições de colaborar e contribuir no primeiro combate ao incêndio”, acrescentou.

Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Pantanal apresenta os piores dados de focos de incêndios dos últimos 20 anos, com mais de 1 milhão de hectares de área queimada. A Ecoa elencou através de pesquisas e dados fornecidos pelo Prevfogo/Ibama, as principais causas de incêndios no bioma. Conforme a organização, 98% dos incêndios no Pantanal tem origem em ações humanas que são, principalmente, para a limpeza de pastagens, de material de desmatamentos e das estradas.

De acordo com o monitoramento via satélite do Inpe, somente de 1 de janeiro a 31 de agosto deste ano, foram detectados 10.316 focos de calor em todo o Pantanal brasileiro. Corumbá lidera o ranking com 4.428 focos, seguido pelo município de Altamira (PA), com 3.045 focos de calor. O clima é apontado como segundo fator preponderante nas queimadas, em decorrência da baixa umidade do ar, ventos e sucessão de anos com poucas chuvas e períodos de estiagem.

Para o tenente-coronel, Waldemir Moreira, chefe do Centro de Proteção Ambiental do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), a preocupação com só aumenta na região, pois os incêndios de setembro vão atingir uma vegetação extremamente seca que, em conjunto com as temperaturas elevadas, farão com que a propagação das queimadas seja muito mais rápida do que as registradas no primeiro semestre.

Moreira reiterou que atual problema de controle de focos de incêndios é na divisa de MS com estado de Mato Grosso na sub-região do Pantanal do Paiaguás. Por hora, a situação de incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul é considerada controlada. “Surgiram neste final de semana incêndios na região da Nhecolândia de Nabileque, ambos já foram controlados com o apoio dos fazendeiros e do Prevfogo/Ibama”, ressaltou Moreira.

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(Texto: Mariana Moreira)

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