Estado registra alta de 20,9% nos casos de homicídio em 2022

Foto: Reprodução
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Por Kamila Alcântara [Jornal O Estado MS] 

O mês de abril começou com violentos casos de homicídio em Mato Grosso do Sul. Em menos de cinco dias, seis pessoas foram mortas em municípios da fronteira com o Paraguai, quatro delas fuziladas em um salão de festas em Ponta Porã. Não é só uma sensação de aumento da violência, já que até o mês de março 156 pessoas foram assassinadas no Estado.

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), enviados para o jornal O Estado, de janeiro ao fim de março de 2021 foram registrados 129 homicídios dolosos. Comparando com os 156 já registrados em 2022, até agora, é um aumento de 20,9% dos casos.

A avaliação da Polícia Civil, para O Estado, é de que houve uma queda acentuada no começo da pandemia. Só nos primeiros seis meses de isolamento social, Mato Grosso do Sul apresentou queda de 14% nos números de homicídios, segundo divulgado pelo Governo do Estado em agosto de 2020 com base no relatório do Atlas da Violência.

No ano de 2021, ainda de acordo com a Polícia Civil, quando há uma progressiva sensação de volta à normalidade, os números voltam a sofrer um aumento.

Facções criminosas

A tese de doutorado de Stephanie Gimenez Stahlberg, pesquisadora na Universidade de Stanford (EUA) e doutora em Relações Internacionais pela Universidade Johns Hopkins (EUA), aponta que estados com monopólio de facções criminosas apresentam diminuição das ocorrências de homicídio. Que isso é mais comum em locais com disputa de poder.

“Quando eu comecei o estudo eu pensava que encontraria alguns estados onde o Comando Vermelho está crescendo e criando um monopólio, mas acabei encontrando um crescimento muito forte do PCC [Primeiro Comando da Capital]. O estudo mostra o PCC dominando em outros estados também, além de São Paulo, e a taxa de homicídios caindo, como Paraná e Mato Grosso do Sul”, aponta a pesquisa em uma matéria do portal UOL, de início de fevereiro.

Rota do tráfico

Em março, o delegado regional Fabrício de Azevedo Carvalho, responsável pelo Combate ao Crime Organizado, afirmou que a Polícia Federal está com novas investigações de repressão ao tráfico em MS, focando em suas lideranças.

Além disso, o Paraguai tem se destacado no tráfico e o local é estratégico. “O Paraguai acaba sendo utilizado como entreposto logísticos pelas organizações, que buscam escoar as drogas das mais variadas formas.”

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