A delegada Maíra Pacheco Machado, da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher), apresentou nesta manhã (11) esclarecimentos sobre o feminicídio ocorrido na data de 30 de novembro, onde Dulci da Silva Martinelle, 80 anos, teve sua casa incendiada pelo marido e foi encontrada morta dentro do imóvel, no Bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande.
Segundo a delegada, a causa da morte de Dulci foi asfixia, podendo ser pela inalação da fumaça ou do gás do botijão. No presente momento, o marido dela, Vicente Mendes de Campos, 76 anos, autor do crime, se encontra internado em estado grave na Santa Casa, por ter inalado fumaça e sofrido queimaduras durante o incêndio, sob escolta policial.
Dulci e Vicente estavam juntos a 10 anos, e ao longo do relacionamento, ele apresentou comportamentos estranhos e tinha muito ciúmes da vitima. “Ele proibia ela de ver os filhos e amigos, colocou grades na casa. Ela não saía mais, o único lazer dela era a igreja”, comentou Maíra.
Na data de 20 de setembro a vitima compareceu na delegacia realizando denúncia por ameaças e pedindo medida protetiva, mas no inicio do mês de novembro ela solicitou a revogação da medida protetiva. Sendo assim a assistente social da delegacia tentou contato, porém a chamada foi atendida por Vicente.
Vicente foi indiciado por incêndio qualificado e feminicídio, já tento sua prisão preventiva decretada.
Mato Grosso do Sul registra, até o momento, 31 casos de feminicídios, dentre deles somente na Capital são 11 casos. Do total apenas duas mulheres obtinham medidas protetivas.