Nesta sexta-feira (03), os indígenas da aldeia Bororó q invadiram a Fazenda Fênix na região de Dourados, 225 Km de Campo Grande. No confronto, os índios atearam fogo na pastagem da propriedade e trocaram tiros com os seguranças da fazenda. A informação é de que três índios e um segurança ficaram feridos e encaminhados para o hospital da Vida em Dourados. As equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no local da invasão para combater o fogo, além da Força Tática da Polícia Militar, Departamento de Operações de Fronteira e o Samu para socorrer os feridos.
Segundo o Tenente de Henrique do Corpo de Bombeiros de Dourados, após o conflito, os indígenas se deslocaram para o anel viário fazendo o bloqueio com pedaços de pau e pneus. “A estrada foi desobstruída prevenir uma nova invasão e o fogo controlado pelas nossas equipes. Os seguranças podem fazer a escolta da fazenda, pois são treinados para isso. Cerca de 100 indígenas entre homens e mulheres entraram em confronto na Fazenda e assim que a Polícia Militar chegou ao local, foi recebida com pedradas e agressões dos índios”, explica o Tenente.
Questionado sobre uma possível nova inavasão na fazenda, o coordenador substituto da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Dourados, José Resina Junior, disse que este problema de delimitação de terras não é de hoje e que um representante da Instituição foi encaminhado para a aldeia, no intuito de intermediar a situação. “Isso já acontece há muitos anos e os índios esperam pelas terras. O servidor Moacir Andrade é especialista em conciliação em situações de conflito e está orientando e acalmando os indígenas para que eles retornem à aldeia. Não queremos ninguém ferido e muito menos mortes entre esses indígenas, mas a Funai tem o compromisso de resguardar a vida destas pessoas”, afirma.
Entre os feridos estão o segurança Wagner André Carvalho, 31 anos, que foi atingido com tiro no abdômen e o indígena Modesto Fernandes, 47 anos, ferido com um tiro no rosto, ambos permanecem hospitalizados em estado grave. A Funai informou que hoje as aldeias Bororó estão divididas em seis grupos em torno da propriedade particular e que a polícia Federal e o Ministério Público serão acionados para que todas as medidas protetivas aos indígenas sejam tomadas. (Raiane Carneiro)