No início deste mês, 71 homicídios já foram registrados no município
O mês de setembro começou violento em Campo Grande: em quatro dias, quatro homicídios foram registrados. Mas, apesar deste fato, o número deste ano, de 1º de janeiro até sábado (4), é 13% menor que o registrado em 2020 no mesmo período. Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), neste ano já foram registrados 71 homicídios dolosos, ao passo que no ano passado foram 82 casos.
As últimas quatro mortes registradas no sistema ocorreram neste mês, uma na última quarta-feira (1ª), outra na quinta-feira (2) e duas na sexta-feira (3). Em três dias setembro já acumula metade dos homicídios de agosto. De 1º a 31 do mês passado foram registrados oito homicídios em Campo Grande. E, assim como no geral, o quantitativo também é menor que o de 2020, quando em agosto foram 11 homicídios registrados.
O primeiro homicídio de setembro foi da vendedora Bruna Moraes Aquino, de 22 anos. Ela foi morta com dois tiros no pescoço no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, no dia 1º de setembro. O namorado, de 34 anos, estava junto com ela e foi atingido de raspão no braço.
Conforme informações do boletim de ocorrência, eles estavam dentro do carro, em uma rua de chão, quando um homem, ainda não identificado, se aproximou do veículo a pé, parou do lado da porta do passageiro e atirou contra o casal.
O namorado, quando percebeu que Bruna estava inconsciente, levou a jovem no próprio carro para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário. Mas a vendedora chegou sem vida à unidade de saúde e os servidores do UPA chamaram a polícia.
Na delegacia, o rapaz informou aos policiais que não sabia quem seria o autor dos disparos, mas revelou que três dias antes do ocorrido, entre os dias 29 e 30 de agosto, ele e Bruna foram perseguidos por dois homens em uma moto, que atiraram contra o carro, depois de confusão em casa noturna.
O segundo caso do mês é do jovem conhecido como “Playboy”. Jackson Souza Duarte, de 28 anos, foi morto na noite da última quinta- -feira (2), com, pelo menos, seis tiros, na Vila Nhanhá, em Campo Grande.
Ele tinha uma longa ficha criminal e foi preso 24 vezes, inclusive tinha saído há pouco tempo da prisão, segundo a polícia. Na noite do crime, Jackson estava sendo perseguido por uma moto e um veículo, no momento do ataque. O atirador estava na garupa da motocicleta, que era pilotada por uma mulher. No local do crime, foram recolhidas diversas munições e um carregador de pistola 9 mm.
O caso, registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, segue sendo investigado pela Polícia Civil e até o momento ninguém foi preso.
Os outros dois homicídios ocorreram durante a tarde da última sexta-feira (3) e as duas vítimas foram mortas a facadas. O primeiro caso ocorreu no bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em uma região que é frequentada por usuários de drogas.
O homem identificado apenas por “Ticolé” foi atingido próximo ao ombro, na região do tórax, e apresentava um ferimento de defesa na mão. O Corpo de Bombeiros chegou a ser foi acionado, mas ele morreu antes de ser socorrido.
De acordo com informações, autor e vítima estavam discutindo, quando “Ticolé” começou a correr e até chegou a invadir uma casa, onde tentou se esconder, mas foi atacado pelo autor.
O segundo homicídio da sexta-feira ocorreu no Jardim Centro-Oeste, região sul da Capital.
Eder Adones Alves, 37 anos, foi morto com uma facada no pescoço em frente de uma loja de acessórios femininos, pertencente a sua família. A vítima tem passagens por tráfico de droga.
No local há câmeras de segurança que flagraram o crime. Inclusive é possível ver quando o criminoso aborda Eder e o agride com socos. A vítima cai e continua apanhando com chutes. Éder tenta se defender e agarrar as pernas do suspeito, mas acaba atingido com a facada no pescoço, momento em que o autor desfere mais um chute na mesma região.
Kleberson Gabriel, principal suspeito do crime, está sendo procurado pela polícia. Depois do homicídio, equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram a cercar uma residência no bairro, mas ele não foi encontrado.
Rafaela Alves
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