Magno Lopes dos Santos, 27 anos, se apresentou na 6º Delegacia de Polícia, na manhã desta sexta-feira (25), junto com seu advogado, em Campo Grande. Em depoimento, segundo a defesa, o motorista alegou ter atirado no amigo por medo de ameaças constantes que a vítima fazia contra ele. Magno foi ouvido por cerca de minutos e o caso agora segue para o Poder Judiciário.
Questionado pelo O Estado Online, o advogado William Maksoud, explicou que o cliente só se apresentou agora, por conta de questões burocráticas, para marcar a data com o delegado responsável pelo caso na 6ª DP.
“Já havíamos entrado em contato com a polícia para apresentação do Magno, mas demorou para conseguirmos marcar com o delegado. Ele não demonstrou em nenhum momento vontade de fugir”, explicou William Maksound.
Durante o depoimento de Magno, segundo o advogado de defesa, ele alegou que o próprio Rafael havia avisado que teria sido beneficiado com uma ‘saidinha’ e que as ameaças eram constantes.
“Meu cliente chegou a sair do estado há alguns anos, justamente quando começou um relacionamento com a mulher, mãe do filho de seu algoz. Mesmo assim, Rafael deixava claro que a presença do Magno junto a seu filho o incomodava e isso motivava as ameaças”, informou a defesa.
Sobre ter alegado legitima defesa, o advogado diz que no depoimento, Magno não soube afirmar ao certo o número de disparos, pois estava muito nervoso.
“No dia em que aconteceu o incidente, Magno tentou fugir em seu carro quando percebeu que Rafael colocou as mãos na cintura, simulando que iria pegar uma arma. Neste momento meu cliente afirma ter tentado ligar o carro que falhou e então efetuou os disparos que mataram Rafael”, relatou.
Sobre a pistola 9 mm, utilizada no crime, a defesa diz que Magno é CAC -Colecionador, Atirador Desportivo e Colecionador- e tirou o registro após receber ameaças da vítima”, disse a reportagem o advogado.
“Logo após começar a ser ameaçado, Magno que não tem antecedentes criminais, tirou seu registro de posse para caçador. Mas a ideia dele nunca foi matar alguém e sim se defender em caso de ataque”, afirmou.
Arma do crime
A defesa do rapaz disse que a arma utilizada no crime foi entregue durante o depoimento com a nota fiscal e prints de conversas de Magno recebendo ameaças de Rafael, que também serão apresentados no inquérito pela defesa.
Assassinato
Rafael Freitas Silva, de 29 anos, foi vítima de um homicídio no início da tarde desta segunda-feira (21), baleado no meio da Rua Tamôio, região do Bairro Jardim Leblon, em Campo Grande. O crime aconteceu a aproximadamente 50 metros da casa da mulher que já teve um relacionamento.
Rafael foi até a casa da ex-companheira deixar o filho, uma criança de 7 anos, até que na hora de ir embora, ao virar a esquina, foi surpreendido pelo autor armado, que disparou tiros nove tiros contra ele. O suspeito do crime se trata de um amigo de infância de Rafael.
A vítima cumpria pena por tráfico de drogas e saiu do presídio há sete dias, segundo a família. Além disso, também estava envolvido em um atropelamento, onde vitimou várias pessoas em frente a uma casa noturna em Campo Grande.
Colabourou o repórter João Santana Fernandes.