Os tutores de animais possuem grande influência nos índices de suicídio de médicos veterinários. Em decorrência disso, profissionais da área podem desenvolver a síndrome de Burnout, que é um distúrbio atribuído por tensões emocionais adquiridas pelas condições de trabalho.
Os índices de suicídio desses profissionais é 3,5 vezes mais alta em comparação com a população em geral. O estudo aponta que entre 2000 e 2015, 10% das mortes por suicídio foram atribuídas a médicas veterinárias. Os pesquisadores concluem que o índice de morte de médicos veterinários é 2,1 vezes maior, comparada com à população em geral, segundo Journal of the American Veterinary Medical Association.
As convidadas do Podcast Entrevistando vieram falar sobre o assunto no estúdio do O Estado Play, do jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, Lusineide Ferreira, mestre em psicologia e Maróstica, médica veterinária, participaram nesta segunda (11) de um bate-papo para o Estado Play. Elas vieram falar sobre os profissionais veterinários que cometem suicídio em decorrência da profissão.
Maróstica sofreu com a síndrome de Burnout e tentou suicídio duas vezes. Ela relata que as cargas horárias são extremamente exaustivas e que muitos profissionais se frustram com as dificuldades e com as cobranças impostas diariamente. A médica também ressalta a importância dos tutores no exercício da profissão e o quão essenciais eles são para obter o êxito no diagnóstico e para o tratamento do animal.
“A minha fuga era poder desligar o meu cérebro a base de álcool para conseguir acordar no outro dia e guerrear de novo, porque não é fácil, não é nenhum pouco fácil, mas hoje, depois de muito tratamento, não me abala tanto” disse a veterinária.
O apoio de profissionais, amigos e familiares é fundamental para a saúde mental do profissional, relata a mestre em psicologia. Ela ressalta a importância de ter um acompanhamento psicológico e observar os sinais que o corpo apresenta.
“Nosso corpo da sinais e a gente não percebe. Então, são sinais do próprio corpo, do próprio organismo, como: fadiga, cansaço, estresse, instabilidade emocional e vários outros. As pessoas dão sinais de que vão cometer suicídio e esses sinais precisam ser ouvidos” disse ela. Nesta quinta-feira (14), às 13h30 o assunto volta ao podcast ao vivo com Maróstica, a doutora em psicologia Mônica Leimgruber e veterinária da área de oncologia, Cristiane Knauer.