Com o início de um novo ano, a esperança por uma cura contra a COVID-19 se renovou em todo o mundo. A corrida pelas vacinas continua intensa, e em Mato Grosso do Sul os estudos com o imunizante CoronaVac, desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, foram retomados ontem (4) em Campo Grande.
Na Capital, a pesquisa e os testes são realizados no Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian). Conforme o Instituto Butantan, a conclusão da análise dos dados de eficácia da CoronaVac deve ser divulgada na próxima quinta- -feira (7).
De acordo com a infectologista e pesquisadora Ana Lúcio Lyrio, 287 voluntários já receberam as doses de CoronaVac ou placebo no Estado. Após o novo adiamento da divulgação dos resultados de eficácia da vacina CoronaVac, Lyrio acredita que a vacinação não deve começar neste mês no país.
“Honestamente, eu não acredito que a vacinação começa neste mês no país. Está tudo muito atrasado porque [as vacinas] ainda não passaram pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], nenhuma foi avaliada e liberada e é desesperador. Se observarmos, os Estados Unidos se programou para vacinar 20 milhões de pessoas, cerca de 2 milhões foram vacinadas. A Inglaterra vacinou por volta de 10% do que estava previsto, então, diante disso em países super organizados, estamos muito atrasados”, reiterou.
Para Lyrio, a vacinação de fato só deve começar em fevereiro no Brasil. O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, já adiantou que o imunizante não atingiu o patamar de 90% de eficácia contra o novo coronavírus. No entanto, afirmou que a vacina está acima dos 50% de eficácia necessários para aprovação, de acordo com a regulamentação da Anvisa.
Texto: Mariana Moreira