O hospital de campanha montado desde abril ao lado do prédio do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) como parte dos esforços de enfrentamento à COVID-19 segue sem nenhum paciente internado. Por esta razão, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, anunciou ontem (5), em transmissão ao vivo pelas redes sociais, que a SES (Secretaria de Estado de Saúde) estuda a desativação gradual da unidade. Composto por 144 leitos clínicos, a estrutura foi preparada para atender eventuais casos leves de patologias não relacionadas ao novo coronavírus.
Conforme Resende, a eventual desativação justifica-se pela demanda crescente de necessitar de leitos críticos e não clínicos. “A complexidade dos casos hoje requerem de fato leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] com muitos profissionais habilitados e equipamentos de última geração, nós estamos estudando a desativação do hospital de campanha em etapas. Isso se dá devido a ele ter cumprido o seu papel como o hospital de retaguarda. O que acontece é que ou os casos são muito leves e não precisam de internação ou são muito graves e que precisam de leitos de UTI com todos os equipamentos e com toda a estrutura que demanda UTI”, pontuou.
O secretário reiterou que, com a desinstalação, os equipamentos serão alocados em outras unidades hospitalares. “[A desativação] é necessária para evitar gastos, nós começamos com os estudos para a desativação dele progressivamente para que possamos alocar esses equipamentos em outras estruturas hospitalares que certamente vão ser muito importantes para o enfrentamento da COVID-19”, ressaltou Resende.
De acordo com o titular da SES, não adianta o Poder Público ampliar a oferta de leitos de modo desenfreado. “Porque vai chegar um momento em que nós não teremos profissionais [de saúde] para o manejo correto dos pacientes em UTIs. Nós poderemos ter leitos de UTIs e não ter profissionais como médicos intensivistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, enfim, toda a equipe necessária para trabalhar”, finalizou.
(Texto: Mariana Moreira/Publicado por João Fernandes)