Secretário de Saúde teme que julho “seja de muita agonia”

Nos últimos 9 dias, junho registrou 25 mortes das 56 contabilizadas

O aumento expressivo de infectados, internados e mortes comprovou as projeções feitas pelas autoridades de saúde. Somente em junho, foram registradas 35 mortes. A rápida propagação do vírus aliada ao baixo isolamento social devem trazer dias ainda mais difíceis. Em entrevista ao jornal O Estado, o secretário de Saúde, Geraldo Resende, disse que julho será ainda pior. “Acredito que os dias vindouros serão dias terríveis aqui em Mato Grosso do Sul. Apesar dos apelos que estamos fazendo há quatro meses, a população está ignorando esses apelos, não dá contribuição alguma”, avaliou.

“O mês de julho será um mês de muita agonia para os gestores de saúde”, acrescentou. O atual cenário da pandemia levou o Estado a anunciar a abertura do hospital de campanha do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), que deve ocorrer nesta semana.

Ontem também completou 100 dias dos dois primeiros casos de COVID-19 confirmados no Estado, atendidos na Capital. Desde então, os números subiram, inicialmente, de forma moderada, até criar recordes consecutivos em cada atualização de boletim epidemiológico.

No dia 14 de abril, o Estado registrava quatro mortes, 997 casos notificados com 115 confirmados. Nesse período, o número de recuperados ainda era maior que o de infectados, com 39 sem sintomas. Mais 30 dias depois, eram 4.338 notificações com 452 confirmados e 78 suspeitos. Até o dia 14 de maio, eram 14 mortos por COVID. Em junho, até o último dia 14, eram 3.433 confirmados, muito acima dos 1.819 recuperados. Até então, MS registrava 31 mortes. Deste número até ontem, em 9 dias, foram 25 mortes. O número é superior ao registrado no mês de abril inteiro, que foi 9.

Para o secretário, a situação ainda estava sob controle, mas este mês provou que manter o equilíbrio é delicado. “Estamos em um crescimento exponencial. Até dias atrás, nós tínhamos um controle. Conseguimos fazer todo o monitoramento e rastreamento de todos os casos e cidades que tinha”, comentou. Boa parte do problema é a dificuldade dos municípios de fazer esse monitoramento dos casos e manter o distanciamento social. “Falta agora, de fato, uma participação mais forte dos municípios no tocante à monitoramento e ao rastreamento dos casos”, explicou.

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(Texto: Amanda Amorim com Raiane Carneiro/Publicado por João Fernandes)

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