Os deputados federais de Mato Grosso do Sul dividiram suas opiniões a respeito da obrigatoriedade da vacina da COVID-19, após os deputados Carla Zambelli e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) apresentarem um projeto de lei contra a vacina compulsória. Para eles, o que deve prevalecer é a escolha do cidadão.
O presidente Bolsonaro também se opõe à obrigatoriedade da vacinação, declarando que ainda não há segurança comprovada, mesmo quando o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirma que a Coronavac já se mostrou segura nos testes, precisando apenas ter sua eficácia comprovada. A vacina foi criada pelo laboratório chinês Sinovac e que será produzida no Brasil pelo instituto.
Seguindo a mesma linha de pensamento da deputada Carla e do presidente, a deputada federal Rose Modesto (PSDB) também acredita que esse não é o momento de discutir a obrigatoriedade da vacina. “A maior preocupação no atual momento é fazer e ajudar o Brasil a conseguir ter acesso o quanto antes uma boa vacina e que todas tenham condições de se imunizar, agora a questão de obrigar não”, comentou.
Rose afirma que não existe uma tese que defenda a obrigatoriedade, e que a vacina deve ser de escolha. “Se a pessoa quer se vacinar, tudo bem, vamos trabalhar para isso, agora se a pessoa não quer, não acredita, não tem que ser obrigada. Quem se preocupa com a própria saúde e do próximo, toma a dose, acaba sim se protegendo, mas isso não significa que ele vai afetar o outro”, opinou.
A deputada lamentou a divergência entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente. Bolsonaro afirmou que o Brasil não vai comprar as 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac, contrariando o anúncio feito na terça-feira (20) pelo ministro.
“Temos que dar prioridade para a vacina que sair primeiro, com eficácia, não dá pra ficar preferindo agora, precisamos ter acesso o quanto antes para evitar mortes”, declarou.
O deputado Luiz Ovando (PSL) também comentou sobre o projeto de lei. “Acredito que a deputada está tentando evitar a pressão do Estado em cima das pessoas, e a pressa de adiantar procedimentos para se chegar nas determinadas fases de testagens dessa nova vacina, então a entendo e creio que ela está certa”, comentou.
Ovando destaca que assim como Jair Bolsonaro, não aprova a compra da vacina chinesa já pelo histórico inicial do coronavírus. Ele aguardaria resultado de outras doses, por exemplo.
Com pensamento diferente, o deputado Vander Loubet (PT) lamentou o posicionamento em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a COVID-19 e contra qualquer tipo de doença. Para ele, a vacinação é uma questão de saúde pública.
“Graças à obrigatoriedade de vacinação é que muitas doenças foram erradicadas ou minimizadas em nosso país e no mundo todo”, observou. “A vacinação obrigatória é mais que necessária para que o Brasil possa se livrar do vírus”, enfatizou.
O deputado Fábio Trad (PSD) também discordou do posicionamento da parlamentar Carla Zambelli, dizendo que neste caso, o interesse público deve prevalecer sobre o interesse individual.
“De que vale o exercício da liberdade de escolha se a pessoa estiver morta? O direito a vida prepondera sobre o exercício da liberdade de escolha, portanto a obrigatoriedade da vacina se impõe”, disse.
Para ele, a grande pergunta é sobre qual vacina é mais segura, independente de onde vem. Ter o aval das agências de regulação e, sobretudo sobre os organismos internacionais, e pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Brasil.
“Se a resposta for positiva, não interessa se ela é de direita ou esquerda, comunista ou capitalista, ela tem que ser disponibilizada para salvaguarda da vida e saúde de todas as pessoas”, finalizou. Confira outras notícias.
(Texto: Dayane Medina)