Paraná e Rússia assinam parceria para produção de vacina

A vacina russa foi batizada de “Sputnik V”

O diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, afirmou que o governo do Paraná já assinou um memorando de entendimento com o governo russo e que um grupo de trabalho começará as “tratativas técnicas” para aquisição e produção da vacina anunciada nesta semana pela Rússia, a primeira contra a Covid-19 e recebida com ressalvas pela comunidade científica.

Callado admitiu que ainda não há informações sobre a segurança e a eficácia da vacina russa, mas disse que o acordo só valerá de fato após acesso a dados sobre testes e eficiência da imunização, o que não deve acontecer antes de um mês, e a aprovação das entidades regulatórias brasileiras.

”A produção só começará após a aprovação de todos os órgãos regulatórios, como a Anvisa e a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa. E, claro, com a consonância da OMS, que é fundamental. Não teremos passos apressados, nem vamos queimar etapas. Vamos seguir todas as etapas técnico-científicas necessárias” afirmou em coletiva de imprensa.

A assinatura do memorando de entendimento formaliza o anúncio feito ontem pelo governo do Paraná. Nesta quarta-feira, o governador Ratinho Júnior (PSD) e o embaixador russo Sergey Akopov oficializaram a parceria em uma reunião on-line. O Instituto de Tecnologia do Paraná será responsável por todas as etapas.

Callado não cravou prazo para testes nem produção da vacina, mas estimou que, se o acordo for adiante, a produção no Brasil poderia começar no segundo semestre de 2021. Isso não significa, acrescentou, que “o governo não possa fazer importações diretas”.

Neste momento, o governo do Paraná ainda não fará investimento financeiro no projeto russo. Questionado sobre a importância de uma parceria com a Rússia, enquanto há outras vacinas consideradas mais promissoras em desenvolvimento, Callado afirmou que o país deve pensar que “quanto mais alternativas, melhor”.

”É importante o Brasil estar inserido nesse contexto. Quanto mais alternativas tivermos de imunização, melhor será para o Brasil, para a América Latina, e o mundo todo” disse.

O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, afirmou que o teste imunológico mostrou eficácia e segurança, mas entidades sanitárias internacionais mostraram cautela até que tenham acesso a informações sobre a eficiência da imunização.

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