O Instituto Butantan recomenda que a segunda dose da Coronavac deve ser aplicada em um período entre 14 e 28 dias após a primeira. Já quem recebeu a dose da vacina AstraZeneca/Oxford (que será produzida no Brasil pela Fiocruz) pode esperar um pouco mais: o período recomendado é três meses. Mas, o que acontece se atrasar a segunda dose da vacina?
Em ambos os casos, qualquer atraso é preocupante. “Os estudos, os níveis de eficácia, tudo é feito com base na aplicação das duas doses das vacinas”, explica Natália Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência. “Uma aplicação só, portanto, deixa aquela pessoa vulnerável, ela não está protegida de forma adequada e pode adoecer”, alerta.
O atraso da segunda dose é bastante preocupante porque a pessoa tem mais chances de ficar doente enquanto aguarda a aplicação. Dito isso, é importante saber que, mesmo atrasada, a segunda aplicação deve ser feita assim que possível.
“O indivíduo não vai perder a imunidade constituída após a primeira dose”, afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “A segunda dose é um reforço, uma forma de estimular o corpo a produzir um número ainda maior de anticorpos.”
Ela lembra ainda que o calendário de vacinação deve ser seguido de acordo com o imunizante utilizado. Ou seja, quem tomou a Coronavac deve aguardar a segunda dose da mesma estar disponível e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo.
“Esse uso cruzado não foi testado e não deve ser feito, pois é considerado um erro de aplicação”, explica a especialista.
(Com informações: Uol Notícias)