Cidades de Mato Grosso do Sul que receberam doses da vacina Pfizer contra a COVID-19 pretendem zerar o estoque até sexta-feira (21) para evitar o risco de perder doses. Por exigir armazenamento entre 60 e 90 graus negativos, a aplicação tem exigido que municípios se antecipem e se organizem, já que a eficácia pode ser comprometida caso as doses não sejam usadas em até cinco dias depois de saírem do ultrafreezer do governo do Estado.
“Esse armazenamento é complicado para quem é do interior, é bem específico. Para não perder tempo, a secretaria de saúde já faz um contato prévio com o público alvo e deixa todo mundo avisado”, explica o prefeito João Carlos Krug (PSDB), de Chapadão do Sul.
Por lá, João Carlos lembra que a primeira remessa das vacinas da Pfizer, entregue no dia 4, acabou logo no primeiro dia de aplicação. Agora, com novo envio, o prefeito afirma que pretende repetir o feito. Segundo ele, a fama da marca ainda ajuda a prefeitura. “A da Pfizer tem mais propaganda e o pessoal fica mais interessado, acha que é melhor. Isso ajuda na procura, mas no fundo a gente sabe que todas são boas”, finaliza.
Em Aquidauana, a disputa contra o tempo fez a Secretaria de Saúde montar mutirão para reduzir ao máximo o tempo entre a retirada em Campo Grande e a aplicação no grupo prioritário determinado.
“Como o freezer de conservação fica em Campo Grande, a gente tem um prazo para ir na Capital buscar e depois outro prazo para aplicar. Para não perder doses, montamos um mutirão e temos tomado todos os cuidados”, relata a secretária municipal de Saúde, Cláudia Franco.
Na cidade, a vacinação foi aberta em todas as unidades de saúde e em um drive-thru montado em ponto estratégico. Nos pontos, só aumentam as perguntas sobre o imunizante americano. “Muita gente pergunta, acha que é melhor e justifica que a CoronaVac não é aceita nos Estados Unidos e na Europa”, aponta.
Na quarta-feira (19) Aquidauana recebeu 150 novas doses da vacina da Pfizer, que serão usadas para aplicação da primeira dose. No último dia 13 foram 126, destinadas a grávidas, puérperas e pessoas com imunodeficiência.
Mapear o público-alvo também foi alternativa encontrada na cidade de Coxim. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Salete Souza, a prefeitura passou a identificar e alertar com antecedência as pessoas liberadas para a vacinação. “Assim aplicamos todas as doses da primeira remessa e desta vez, na segunda-feira já vamos estar sem nada no estoque”, afirma.
Na terça-feira (18), o Estado recebeu o terceiro lote da vacina Pfizer, com 8.190 doses do imunizante.
Texto: Clayton Neves
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