Nesta semana, a econmia mexicana irá reabrir. Aplicar mais testes para o novo coronavírus, estabelecer critérios claros para definir quais regiões e atividades voltarão a funcionar serão o protocolo para a reabertura.
O presidente Andrés Manuel López Obrador antecipou um programa de reabertura escalonada de atividades onde se destacam aquelas vinculadas à exportação, como a indústria automobilística, mas que incluiria também a construção e o turismo.
No entanto, sua relutância em adotar medidas que estão em prática globalmente, como a importância de se fazer testes na população e de ouvir opiniões discordantes, pode prejudicar esse processo.
A reabertura “pode ser feita, o que você não pode fazer é abrir tudo às cegas porque haverá um desastre”, explica Alejandro Macías, infectologista e responsável pela estratégia de saúde durante a pandemia de gripe H1N1, em 2009.
Até a última segunda-feira (4), o país registrou 36.327 casos confirmados e 3.573 mortes por COVID-19, enquanto atravessa o pico dos casos da pandemia, segundo projeções oficiais.
O sub-secretário da Saúde, Hugo López-Gatell, principal porta-voz do governo durante a pandemia, insiste que o país não precisa de mais testes para poder tomar decisões políticas corretas.
Fazer mais testes permite impedir novos surtos do vírus, identificar pessoas que tenham desenvolvido imunidade e obter informações valiosas sobre a evolução da epidemia, segundo estudos realizados pela OCDE.
Argumentar sobre os testes justificando o valor é uma mentira, disse Macías, pois “é algo muito mais barato” que a paralisia atual.
“Fechar toda a economia não é barato, principalmente a economia formal que é a única que paga impostos”, explica.
A economia mexicana, a segunda maior da América Latina, sofreria uma queda de 7,1% neste ano, segundo uma pesquisa recente feita pelo Banco Central do México.
Os outros “instrumentos de navegação” necessários pensar na reabertura é a observação da capacidade hospitalar, principalmente os leitos de UTI, além de manter estritas medidas sanitárias em ambientes de trabalho, segundo Macías.
(Texto: Inez Nazira com informações do IstoÉ)