Máscaras cirúrgicas e de tecido: proteção ou exagero?

Enfermeiro explica quando faz sentido recorrer a esses itens para se proteger de infecções e poluição, dúvida frequente em tempos de coronavírus

Após o surto do novo coronavírus, as máscaras cirúrgicas descartáveis e as de tecido ganharam ainda mais evidência no mundo todo. De maneira geral elas ajudam a prevenir infecções e problemas pulmonares. Recentemente a recomendação era que apenas pessoas com sintomas respiratórios usassem o acessório, mas a orientação mudou.

Com a finalidade de proteger e combater a propagação do novo coronavírus, o Ministério da Saúde propõe o uso de máscaras, pois ajuda a inibir a disseminação de gotículas que escapam do nariz ou da boca de pessoas no mesmo ambiente, garantindo uma barreira física, auxiliando na mudança de comportamento da população e na diminuição de casos.

De acordo com o professor do curso de enfermagem da Uniderp e especialista na área de enfermagem em terapia intensiva, Edson Souza Lima Junior, as máscaras podem ser caseira, desde que sejam seguidos alguns critérios. Além de ser eficiente, é um equipamento simples, que não exige complexidade.

“Quanto maior a aglomeração de pessoas, maior a probabilidade de circulação do vírus e o uso das máscaras caseiras é recomendado quando houver necessidade de deslocamento ou permanência para um espaço onde há maior circulação de pessoas”, explica o profissional.

Segundo o Ministério da Saúde, a utilização de equipamentos de proteção individual se faz necessária no atual cenário de combate ao Covid-19. “Pesquisas têm mostrado que a utilização de máscaras caseiras impossibilita a disseminação de gotículas que escapam do nariz ou da boca do usuário no ambiente, garantindo uma barreira física, auxiliando na mudança de comportamento da população e a diminuição de casos”, revela o especialista.

É necessário que a população fique atenta ao prazo de validade das máscaras cirúrgicas. Elas devem ser trocadas a casa duas horas, ou quando estiverem úmidas. “Lembrando que máscaras cirúrgicas se restringem a profissionais de saúde, pessoas cuidadoras dos doentes por Covid-19 e por pessoas que apesentam sintomas. Para quem não se enquadra nesse perfil, o ideal é utilizar máscara caseira”, orienta o professor.

Máscaras caseiras

A máscara cirúrgica, usada por profissionais de saúde em hospitais, pacientes contaminados e pessoas com sintomas, já está em falta em muitas cidades brasileiras. Por isso, o Ministério da Saúde lançou um manual com recomendações para que as pessoas produzam máscaras simples e caseiras que, se feita e usada de forma correta, podem ajudar a diminuir a propagação do coronavírus. Qualquer pessoa pode utilizar a máscara caseira, quando sair de casa.

De acordo com o especialista, além de evitar a disseminação de gotículas contaminadas e o contato do vírus com as mucosas, a máscara ajuda a impedir que as pessoas coloquem a mão no rosto. “A máscara caseira cria uma barreira eficiente, desde que esteja higienizada e seca. Se ficar úmida, precisa ser trocada. Porém, é importante relembrar que lavar as mãos corretamente com água e sabão e utilizar o álcool gel são recomendações que não devem ser deixadas de lado. É indispensável que as mãos estejam higienizadas antes e depois de colocar a máscara no rosto, por exemplo”, aconselha.

As máscaras devem ser higienizadas antes de usar. Para a limpeza, faça a imersão do item em recipiente com água potável e água sanitária (2,0 a 2,5%) por 30 minutos. A proporção de diluição a ser utilizada é de 1 parte de água sanitária para 50 partes de água, por exemplo, 10 ml de água sanitária para 500ml de água potável. Após o tempo de imersão, realizar o enxágue em água corrente e lavar com água e sabão.

A máscara deve ser dupla face, contendo pelo menos duas camadas de pano. O tecido deve cobrir todo o nariz e a boca, sem deixar espaços abertos nas laterais.
Recomendações divulgadas pelo manual do Ministério da Saúde

** Máscaras caseiras são individuais, ou seja, não devem ser compartilhadas. Devem ser higienizadas antes de usar: lavar com água e sabão ou água sanitária, deixando de molho por 30 minutos. Também devem ser higienizadas após 2 horas de uso ou caso estejam úmidas.

** Após lavar a máscara, a pessoa deve higienizar as mãos com água e sabão. A máscara deve estar seca para ser reutilizada novamente.

** Trocar a máscara sempre que apresentar sujidades ou umidade e descartá-la sempre que apresentar sinais de deterioração ou funcionalidade comprometida. 

**Ao colocar a máscara, evite ficar mexendo ou pegando na região do nariz e boca, se for necessário fazer isso, é imprescindível que as mãos estejam higienizadas.

** Ao retirar a máscara, faça isso com cuidado, começando pelas laterais, parte do elástico e siga com os procedimentos de limpeza relatados acima.

A máscara tem a sua importância na prevenção do Covid-19, porém é importante enfatizarmos que não adianta usar máscara e não higienizar as mãos de forma adequada (com água, sabão e álcool 70%, também é importante lembrarmos de manter sempre limpos ambientes e superfícies, e reforçar o isolamento social.

(Texto: Bruna Marques)

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