A Itália começou a realizar nesta quinta-feira (23), testes com anticorpos na região mais afetada pela epidemia de covid-19, para avaliar o nível de imunidade à doença na população.
A Lombardia, a região mais atingida pela crise em toda a Europa, aposta na ciência em torno da chamada “imunidade de rebanho” para a volta da normalidade com maior rapidez e segurança. Os testes verificam a presença de anticorpos no sangue nos indivíduos expostos ao vírus, permitindo calcular o nível de imunidade.
As autoridades de saúde anunciaram a realização de 20.000 testes diários na Lombardia. Os primeiros serão realizados em profissionais de saúde, pessoas em quarentena com sintomas da doença e aqueles que estiveram em contato com essas pessoas, além de outras com sintomas mais amenos.
O governo espera ampliar os testes para toda a Lombardia até o dia 29 de abril. A doença matou quase 13.000 pessoas na região densamente povoada, cuja capital é Milão, o que representa mais da metade dos óbitos registrados em todo o país.
O diretor do Conselho Nacional de Saúde da Itália, Franco Locatelli, disse no mês passado que os testes com anticorpos podem ajudar a determinar de que forma o vírus se espalha. Os dados ainda poderão fornecer informações que deverão ser úteis no desenvolvimento de estratégias para a retomada das atividades no país, como, por exemplo, decidir quais categorias devem ou não retornar ao trabalho.
Apesar de a Alemanha ter iniciado os testes com anticorpos e países com a Finlândia e o Reino Unido anunciarem planos para fazê-lo, ainda restam dúvidas sobre a confiabilidade dos dados recolhidos através desses testes.
Os testes realizados com amostras de saliva e secreções nasais determinam apenas se uma pessoa está ou não infectada pelo coronavírus. Na Lombardia, esses exames revelaram que 24% das pessoas testadas estavam contaminadas pelo Sars-Cov-2.
(Texto: Karine Alencar com o Poder 360)