A Procuradoria de Bergamo, na Itália, abriu uma investigação contra o hospital da cidade de Alzano Lombardo na gestão dos primeiros casos registrados do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no local, informa a mídia italiana nesta quarta-feira (08).
Segundo o jornal “Corriere della Sera”, a investigação quer analisar a possibilidade do crime de epidemia culposa, já que o local pode ter ajudado a disseminar a Covid-19 na cidade e, por consequência, na província de Bergamo – a segunda mais afetada pela pandemia.
Em particular, explica o jornal, está a gestão dos primeiros doentes que testaram positivo no local e as decisões do dia 23 de fevereiro, quando o pronto socorro foi fechado e reaberto sem passar, segundo denúncias, por uma sanitização. Esse foi o dia em que o exame de um idoso de 83 anos teve o resultado confirmado para a doença.
O caso em análise pela Procuradoria foi o do paciente Ernesto Ravelli, 84 anos, que foi internado no hospital da cidade sem seguir o protocolo da Covid-19. No dia 23 de fevereiro, foi transferido para o hospital Papa Giovanni XXIII e faleceu no local, tendo se tornado a primeira vítima de Bergamo a morrer do novo coronavírus. Desde segunda-feira (06), investigadores estão indo para o hospital para recolher documentos e verificar como foram feitos os procedimentos.
O jornal “Avvenire” informa que dois operadores sanitários do local, que pediram para não serem identificados, denunciaram a falta de coordenação para gerir os casos iniciais, e que só após a chegada dos militares do Exército, os procedimentos começaram a ser feitos de maneira correta.
(Texto: Jéssica Vitória com informações do Terra)