Duas pesquisas financiadas pelo Governo estadual pretendem contribuir na luta contra a pandemia de coronavírus em Mato Grosso do Sul. Uma delas vai fazer testes de covid em doadores de sangue assintomáticos e a outra avaliar a qualidade de produtos com álcool 70% vendidos no comércio e usados em hospitais públicos do Estado.
Os projetos foram selecionados por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), que prevê o investimento de R$ 712, 5 mil em 27 pesquisas para ajudar e contribuir com à saúde pública, tendo nesta edição trabalhos voltados à pandemia do covid-19. O próximo passo do certame é a assinatura dos contratos e logo depois liberação dos recursos para início das atividades.
A professora de Medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Herintha Coeto Neitzke, estará à frente da pesquisa sobre doadores de sangue assintomáticos em Dourados. Para isto irá promover testes de covid-19, no modelo RT-PCR e de sangue, em um grupo que faz doações (sangue) no Hemosul do município. A amostragem será de 500 indivíduos.
“O banco de sangue (Hemosul) não faz estes testes para covid e sabemos que a maioria dos infectados com o vírus não apresenta sintomas, por isso é importante para avaliar este grupo”, explicou Herintha. Ela ponderou que a pesquisa será desenvolvida neste semestre, em um período estimado de três meses.
Todo material coletado será avaliado no laboratório da UFGD, que já faz análise de exames de covid em parceria com o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública). Para realizar a pesquisa haverá a participação de grupo de até 15 estudantes e pesquisadores da Universidade.
Qualidade dos produtos
Outra pesquisa selecionada pela Fundect vai avaliar a qualidade de produtos a base de álcool, que são adquiridos no comércio e usado nos hospitais públicos de Campo Grande. A intenção é saber se tais itens são eficazes na desinfecção contra a covid-19. Ela será conduzida pela professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Nájla Mohamad Kassab.
“Vamos buscar a doação destes produtos nos hospitais, comércio e rede pública, até porque iremos precisar de pouca quantidade para fazer os testes, em diferentes marcas. A intenção é avaliar a eficácia dos itens, até para dar segurança para quem utiliza, pois boa parte do contágio ocorre pelas mãos”, ponderou.
Ela ressaltou que será definida a amostragem e que toda análise irá ocorrer no laboratório da Facfan (Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição), no campus da UFMS, em Campo Grande. “A população precisa de produtos e medicamentos de qualidade, com eficiência, não apenas para prevenção, mas também no tratamento de doenças”.