Geraldo Rezende endossa pedido de secretários por mais restrições

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“O Brasil é o único lugar no mundo em que a pandemia está nesse patamar por causa da desobediência, desorientação e falta de unidade entre os entes federados”. A frase é do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, que defendeu medidas mais restritivas e padronização das ações do governo federal contra a COVID-19. Além disso, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) já conta como certa a presença das variantes do vírus em MS, como explicou o titular da pasta.

“Estamos aguardando o sequenciamento genético que está sendo feito em várias instituições país afora. Mas, acreditamos que a variante já está aqui e que precisamos nos preparar e [precisamos] da colaboração da população”, ponderou Resende.

Por ora, os sequenciamentos genéticos de três pacientes seguem em análise no IAL (Instituto Adolf Lutz), em São Paulo: uma mulher de 68 anos, de Campo Grande, com início de sintomas em 16 de janeiro, e uma de mulher 44 anos, de Fátima do Sul, com início de sintomas 17 de janeiro.

O exame do primeiro caso suspeito de um homem de 37 anos, que veio de Manaus e estava em Corumbá, também permanece em investigação no IAL. A SES não investiga novos suspeitos.

O Ministério da Saúde anunciou que pelo menos 17 estados brasileiros já registraram a presença da variante identificada no Amazonas. De acordo com a pasta, até 20 de fevereiro, 20 casos com a variante do Reino Unido já haviam sido notificados no país, além de, 184 casos da P1. Até o momento, o Ministério da Saúde não identificou pacientes infectados com a cepa detectada na África do Sul.

Com as novas cepas circulando, no domingo (28), a SES realizou a primeira reunião com representantes da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Polícia Rodoviária Federal, Defesa Civil e da Segurança Pública, para entender o comportamento do vírus nos outros estados. A partir deste conhecimento, os órgãos devem criar medidas que possam conter a eventual propagação da variante em MS.

O secretário destacou ainda, durante a live de ontem (1º) que governadores e União precisam se entender para conter o vírus.

“Entendendo que é preciso uma unidade dos 26 estados e o Distrito Federal no sentido da construção de uma posição única de todos os governadores dessas federações para fazermos um pedido junto ao governo federal para tomarmos medidas restritivas”, afirmou.

O secretário comentou ainda que em estados com medidas mais restritivas, é possível observar que a população age de forma revoltada e sem o cuidado ao cumprimento das medidas de biossegurança.

Secretários estaduais pedem “pacto pela vida”

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) divulgou na tarde de ontem (1º) uma carta aberta para pedir mais medidas restritivas como forma de frear o contágio da COVID-19. Uma série de ações foi solicitada no documento, que afirma que as estratégias só funcionarão se houver um “Pacto Nacional pela Vida”.

O texto, representando os 27 secretários de estado, pede que eventos, congressos e atividades religiosas sejam vetadas, assim como a suspensão das aulas presenciais. Além disso, foi recomendado toque de recolher das 20h até às 6h, com fechamento de bares e praias.

É citado ainda o fechamento de aeroportos e suspensão do transporte interestadual. Os secretários pedem ainda o reconhecimento da situação de emergência por COVID no País, que deixou de valer em 2020.

“Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional”.

(Texto: Mariana Moreira com Raiane Carneiro)

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