O Estado: O MP recomendou aos hospitais de MS transparência na divulgação no número de ocupação de leitos. Por que existem essas divergências?
Xavier: Acredito que o Ministério Público não esteja bem informado. Nós estamos dentro de uma regulamentação e o órgão pode checar os números de leitos. Não há esta desinformação. Nós estamos realmente com esta ocupação de 90%, 92% chegando até os 98% dos leitos. Não chega aos 100% pois, quando o paciente recebe alta, até que se prepare novamente, aquele leito fica desocupado. É contabilizado como leito não ocupado.
O Estado: Esse pedido de lockdown a Campo Grande poderá surtir efeito na saúde?
Xavier: Pode. Nós temos recomendado há dias que a população tenha mais compreensão dos efeitos desta pandemia e principalmente sobre o que o vírus pode causar a qualquer um. O isolamento, se for feito, você evita de ser infectado e de infectar mais alguém. Talvez seja meio tarde para fazer isolamento total, mas há que se chegue a um termo comum, um acordo com a população e as autoridades de saúde. Os acidentes de trânsito realmente aumentaram. O toque de recolher diminuiu em tese a circulação da população à noite, mas tem se utilizado bastante o delivery. É isso que tem acontecido.
O Estado: Há concorrência de ocupação de leitos de UTI entre COVID e acidentes de trânsitos?
Xavier: Não há concorrência. Os leitos para COVID estão todos predeterminados. Hoje temos dez leitos na Santa Casa. O que preocupa é a ocupação dos não COVID, em razão do excesso de acidentes.
Confira a entrevista completa aqui, em nossa versão digital
(Texto: Bruno Chaves/ com Karine Alencar)