Medida foi anunciada ontem (15) pelo prefeito e começa no dia 18
Diante do aumento expressivo de casos e mortes pelo novo coronavírus, a Prefeitura de Campo Grande endureceu as medidas restritivas. Nos fins de semana, só poderão funcionar estabelecimentos considerados essenciais e o descumprimento vai gerar punição para o proprietário do estabelecimento. A medida vale até o dia 31 de julho.
O “semi”-lockdown visa preservar o número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Capital, reduzindo os acidentes de trânsito, mais frequentes à noite e nos fins de semana, como explicou o prefeito Marquinhos Trad em entrevista ao jornal O Estado. Em função do novo decreto, os setores afetados estão avaliando como se adaptar ao novo cenário gerado pela pandemia.
Para a reportagem, o prefeito explicou que houve uma flexibilização, mas que agora o grupo técnico que norteia as ações do município indicou a necessidade de regramento. Por esta razão, foram adotadas medidas para reduzir a taxa de ocupação nos leitos de UTI da Capital visando à redução dos acidentes de trânsito, uma das causas mais frequentes de pacientes internados. Dessa forma, sobram mais leitos para tratar os infectados por COVID.
“Os números são incontestáveis: quando o toque de recolher era 22h, entraram na Santa Casa, 84 politraumatizados na sexta, sábado e domingo. No mesmo período, quando passou para 20h, passou para 39, uma diferença de quase 52%. Por isso as medidas são necessárias”, afirmou. Marquinhos ainda destacou que os comerciantes que desrespeitarem terão seu estabelecimento fechado por três dias. “Se reincidir, por sete dias, e se reincidir de novo, vamos fechar, e vamos caçar o alvará”, alertou.
Para a médica infectologista do COE Estadual (Centro de Operações de Emergência do COVID19), Mariana Croda, o lockdown adotado por outros países é a medida mais eficaz com rápido resultado, e, em sua avaliação, com um modelo mais flexível, Campo Grande está se arriscando. “Pode ser que seja possível, sim, ter um controle do vírus com essas medidas, mas é arriscado, nós teremos de esperar para ver. O grande problema é não dar certo e perder tempo, passando esses 14 dias e ter de fazer o lockdown”, comentou.
Mariana aponta a situação como um jogo de tentativas de certos e erros. “Campo Grande optou em correr riscos para ver se dar certo, se não der, faz o lockdown. A gente vai ver o resultado no fim desses 14 dias, se tiver várias pessoas que contrariam o vírus agora, com as medidas restritivas, tende a diminuir o número de transmissão”, pontuou.
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(Texto: Dayane Medina e Rafaela Alves/Publicado por João Fernandes)