Isolamento social e cuidados com a higiene podem ser repensados após pandemia, dizem especialistas
O “novo normal” é um dos termos mais propagados neste período. O conceito representa a esperança de como será o mundo pós pandemia, com novas atitudes e mudanças de velhos hábitos. Enquanto uma solução em forma de vacina ainda não surge, o que
temos no momento é o mundo dividido em diferentes ondas de contágio, contato e relações interpessoais.
Uma vitória real foi considerada em um país, ao sul do Pacífico, que é a Nova Zelândia, que declarou estar livre do coronavírus, tornando-se um dos primeiros países do planeta a voltar à normalidade de antes da COVID. O resultado positivo no enfrentamento ao vírus é justificado em razão de meses de restrições. O país passou cerca de sete semanas em um isolamento rígido, a maioria das empresas ficou fechada e todos tiveram de ficar em casa, com exceção dos trabalhadores essenciais.
Os neozelandeses estão, agora, em um processo de redescoberta de contatos antes considerados simples, como abraços e toques em geral, sem medo. Eles estão experimentando o retorno à convivência em espaços públicos e a retomada de comércio e empresas.
É desse contato próximo e sem receio que a psicóloga Mylena Marques, de 24 anos, sente falta. Ela mora em Campo Grande, mas está desde janeiro sem ver os pais que moram em Bela Vista. Para ela, a distância é necessária para preservar a saúde de todos, mas sempre que bate a saudade, ela se comunica com a família por meio de ligações e chamadas de vídeo.
“Eu sempre ia visitá-los nos feriados. Hoje, a saudade está grande, porém, nesta época melhor ficar cada um na sua cidade”, comentou. Todo o restante da família mora no interior e ela sabe que podem cuidar uns dos outros enquanto não pode ir vê-los. Por enquanto, o objetivo da psicóloga é focar no trabalho para só depois ir visitar os pais, quando não houver mais riscos. “A saudades é grande, eu queria estar sempre lá, porém, tenho responsabilidade aqui também. Essa coisa de pandemia dá um aperto no coração, mas, se não trabalharmos, isso internamente nos consome”, explicou.
(Confira mais na página A6 da versão digital do jornal impresso O Estado)