Covid-19: vacina cearense pode começar a ser testada em humanos

Foto: Ney Carvalho/Uece/Reprodução
Foto: Ney Carvalho/Uece/Reprodução

A pesquisa da Uece (Universidade Estadual do Ceará) para o desenvolvimento de vacina contra a Covid-19 iniciada em abril do ano passado, já se prepara para a segunda fase, que consiste na realização de testes em humanos. Para isso, a instituição dará entrada em processo para aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece, liderado pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes.

A vacina cearense em testes já tem nome: HH-120-Defenser. A primeira fase da investigação foi concluída com sucesso.

A fase clínica deverá ser dividida em três etapas. Na primeira, os testes serão realizados com, aproximadamente, 100 pessoas adultas, de 18 a 60 anos de idade, sem comorbidades. Na segunda etapa, será a vez de pessoas acima de 60 anos, com comorbidades. Na terceira, os testes serão aplicados em milhares de pessoas, com perfis diversificados.

A professora Izabel Florindo explica: “Com mais de 90% de proteção comprovada da vacina na fase pré-clínica, poderemos seguir com os testes em humanos, após a aprovação da Anvisa. Para esses testes, será seguido todo um protocolo, realizando a seleção de pessoas saudáveis, que ainda não tenham tomado outras vacinas contra a Covid-19. Essas pessoas serão convidadas a serem voluntárias nesse primeiro momento”.

Ao final de cada etapa da fase clínica, a Uece deverá submeter os resultados à Anvisa para autorização da continuidade dos testes.

A vacina HH-120-Defenser propõe uma nova forma de uso de um coronavírus aviário atenuado, que é conhecido há décadas e que não causa infecção em seres humanos. “Essa vacina é constituída por uma cepa de coronavírus muito parecida com o SARS- CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus. Ela não causa infecções em humanos. Por isso resolvemos usá-la”, esclarece a coordenadora do Laboratório, Izabel Florindo.

Após aprovação da Anvisa, a Uece firmará apoio junto aos órgãos vinculados ao Governo do Estado do Ceará para que o desenvolvimento da vacina tenha continuidade. A equipe de pesquisa conta, ainda, com o docente do Renorbio/Uece, Mauricio Fraga van Tilburg, e contará, durante a fase clínica, com a parceria da UFC e do Labluz/Iprede.

O Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular possui, atualmente, o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da Fundação Oswaldo Cruz. (com informações do governo do Estado do Ceará)

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