Um novo estudo sobre tratamento contra o coronavírus (Covid-19) foi publicado na revista especializada ‘Nature Medicine’ e indica que os pacientes com a doença que estão sendo tratados com hidroxicloroquina e azitromicina apresentaram “anormalidades no eletrocardiograma” que indicam risco de “morte cardíaca súbita”.
O cardiologista Lior Jankelson, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, e outros 12 pesquisadores avaliaram o uso desses medicamentos em 84 pacientes de um centro médico de Nova York.
De acordo com os pesquisadores, o estudo tentou confirmar ou descartar as conclusões de “relatórios recentes” que sugerem que a combinação de hidroxicloroquina (usado contra a malária) e azitromicina (um antibiótico) pode ajudar pacientes infectados com o novo coronavírus.
“No entanto, ambos os medicamentos demonstraram aumentar de forma independente o risco de vários tipos de anormalidades do ritmo cardíaco”, aponta o estudo.
A principal anormalidade foi o “prolongamento do intervalo QTc”. Medido por um eletrocardiograma, o intervalo QTc representa o tempo que leva para o coração recarregar entre os batimentos.
Os 84 pacientes tinham, em média, 63 anos de idade e 74% eram do sexo masculino. Jankelson acompanhou o eletrocardiograma desses doentes, que por cinco dias receberam hidroxicloroquina e azitromicina por via oral.
Após a administração dos fármacos, os autores observaram um QTc prolongado na maioria dos pacientes, “o que os colocou em alto risco de arritmia e morte cardíaca súbita”, afirma o estudo.
Os autores concluem pedindo aos médicos que “monitorem constantemente” quem for tratado com hidroxicloroquina e azitromicina, principalmente se os pacientes cuidarem de doenças adicionais.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do Uol)