Conselho Regional de Farmácia teme corrida pela ivermectina

Com recuo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na exigência de reter as receitas médicas com a prescrição de ivermectina e nitazoxanida, o CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) prevê outra busca desenfreada pelos medicamentos. Conforme o assessor técnico do conselho, Adam Adami, a retenção das receitas é a única maneira de controlar o acesso de medicamentos.

“Com a pandemia do novo coronavírus, viralizou os tratamentos precoces a base de ivermectina, nitazoxanida e da hidroxicloroquina e a única maneira de frear o acesso é mediante retenção de receita. Essa regra de vender medicamentos mediante apresentação de receitas, ela não é respeitada no Brasil”, assegurou.

O “boom” nas vendas da ivermectina e nitazoxanida ocorreu no mês junho e apresentou queda, justamente, no período em que a resolução nº 405/2020 esteve em vigor entre 24 de julho até 1º de setembro, quando a medida foi revisada e a venda foi novamente liberada apenas mediante apresentação da receita.

A gerente de uma farmácia no bairro Pioneiros, que não quis se identificar, acredita que mesmo com a mudança, não haverá outra corrida desenfreada pelos medicamentos. “Aqui na farmácia, a venda desse medicamentos já estão mais baixas desde julho, mesmo antes da medida que exigia a retenção da receita”, ressaltou.

A situação também é muito parecida na farmácia de manipulação Attive Pharma. Segundo a proprietária Flávia Buainain, houve redução da procura, mas com a mudança da Anvisa, o cenário pode mudar. “Em junho, a procura foi absurda, muita gente pedindo a ivermectina manipulada, inclusive, porque as farmácias já estavam sem estoque. Com a necessidade de reter a receita, a procura diminuiu, agora pode ser que volte, mas não nas mesmas proporção”, declarou.

Riscos da automedicação

Tanto a ivermectina, quanto a nitazoxanida são medicamento de baixo risco a saúde. Entretanto, o risco está em usá-los por tempo prolongado, afirmou o assessor técnico do CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia), Adam Adami. “O risco é o uso por diversos dias e as repetições que não estão previsto em bula, até porque, geralmente, esses medicamentos são de dose única. Mesmo sendo de baixo risco sanitário, as pessoas estão sujeitas a apresentação de reações adversas”.

(Texto: Rafaela Alves)

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