A vacina indiana Covaxin, da farmacêutica Bharat Biotech, virou o centro das atenções após a ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas) negociar a compra de cinco milhões de doses do imunizante contra a COVID-19. Em Campo Grande, duas clínicas particulares de vacinação demonstraram interesse pelo imunizante, se for aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo o proprietário e diretor técnico do Centro de Imunização Imunitá, Alberto Jorge, há interesse pela aquisição das doses independente da origem, desde que seja comprovada a eficácia.
A mesma linha foi mencionada pela diretora médica da Vaccini Campo Grande, Ana Carolina Nasser. Caso haja a oportunidade de oferecer algum dos imunizantes na clínica, sem que isso prejudique a vacinação pública, há o interesse em contribuir, já que, para ela, a rede privada não é uma alternativa ao serviço público, mas um complemento ao PNI (Programa Nacional de Imunização).
“Por enquanto, não há garantia de que a rede privada vai receber essa ou qualquer outra vacina contra a COVID-19 e nem definição da quantidade que será disponibilizada para cada clínica. Acreditamos ser difícil que isso aconteça no primeiro trimestre. Estamos acompanhando a iniciativa da ABCVAC e, entendemos que para qualquer concretização de compra de vacinas, precisaremos de dados publicados sobre qualquer uma das vacinas, o parecer favorável da Anvisa e o registro no país”, explicou.
A Covaxin ainda não tem o aval da Anvisa para ser distribuída no Brasil. Para a liberação, o imunizante precisa passar por uma série de etapas até o registro. Ainda é preciso verificar questões como reações adversas e passar pela fase de avaliação de qualidade. Conforme a ABCVAC, o imunizante deve ser aplicado em duas doses, com intervalo de duas semanas. Na última fase, a vacina foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia.
Texto: Mariana Ostemberg com informações da Agência Brasil