Cerca de 18,8% dos pacientes podem ficar até um mês nos leitos de UTI

A Santa Casa de Campo Grande se encontra com 100% dos seus leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto ocupados. Apenas 18,8% é ocupado por pacientes que possuem complicações em doenças em que já realizavam acompanhamento, mas houve um agravamento e precisou buscar atendimento médico.

De acordo com o superintendente da Gestão Médico-hospitalar, Luiz Alberto Kanamura, esses pacientes, que são agravados sem um devido acompanhamento, são aqueles que ocupam mais tempo nos leitos de UTI, podendo ficar por até um mês sob supervisão.

“É inviável para esse paciente voltar para casa. São tratamentos que precisam ter continuidade e muitas vezes não é possível realizar longe do hospital, pois precisam de medicamentos, podendo ser via oral ou intravenosos. Isso faz com que eles permaneçam por mais tempo que o SUS determina”, relatou.

Kanamura revela que dos 599 leitos de UTI existentes, 113 estão ocupados por esses pacientes. Outra preocupação se passa pelo aumento na demanda desses serviços. Antes da pandemia, a média de internação por essas complicações eram de 64, o aumento na procura foi de 76%.

O perfil do paciente é não segue um padrão fixo. Atualmente, a instituição é a única realizando esse atendimento, já que o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) está voltado para o enfrentamento da COVID-19.

“O paciente clinico médico é uma especialidade que impacta muito em qualquer hospital. Esse paciente é aquele que tem pneumonia; o idoso que tem uma sequela neurológica ou aquele que tem uma infecção urinária. Antes essa demanda era dividida entre os hospitais, mas nós assumimos toda essa demanda de clínica médica”, assegurou.

Solicitação antiga

O superintendente revela que os valores repassados pela tabela SUS dificultam a manutenção do atendimento médico. A tabela cobre apenas 4% dos gastos existentes no hospital. “Cada paciente tem repasse diário de R$ 59 pelo SUS, enquanto o custo médio do hospital é R$ 1.450 por dia. Existe como esse tipo de relacionamento se manter em pé”, questionou Kanamura.

(Texto: Amanda Amorim)

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