De um cenário tranquilo, que aparentava estar com o coronavírus sobre controle, Campo Grande se transformou em 15 dias. Somente na última quinzena, a Capital registrou 1.120 novos casos da doença, correspondente a 72% do total de 1.554 ocorrências de COVID-19 tabuladas de março até ontem (25). Mesmo assim, contrariando especialistas ouvidos pelo jornal O Estado, a prefeitura descartou endurecer as leis restritivas de circulação da população. Ou seja, nada de lockdown por enquanto.
A informação foi dada pelo próprio prefeito Marquinhos Trad em transmissão ao vivo nas suas redes sociais na tarde de ontem. A afirmação do mandatário municipal coloca um ponto final nos boatos sobre a prefeitura adotar a medida. “Não é verdade que nós vamos aplicar o lockdown nas próximas semanas. Neste momento está descartado”, disse Trad.
A Sesau (Secretaria Municipal da Saúde Pública) não vê neste momento nenhuma definição quanto à necessidade de impor medidas mais severas de isolamento social em Campo Grande. Quer primeiro avaliar o impacto das decisões implantadas nos últimos dias, principalmente a obrigatoriedade do uso de máscara pela população nas ruas e o retorno de horário menos flexível do toque de recolher.
Além disso, por meio de nota, a pasta apontou que aumentou a fiscalização nas ruas e a realização de barreiras sanitárias nas principais entradas da cidade. O caminho, segundo o próprio prefeito, é de que os campo-grandenses aprendam a ter conscientização em um momento como este. “A gente suplica a vocês, por favor, voltem a ter responsabilidade social”, disse.
Trad não cita diretamente, mas entre alguns episódios que motivaram o endurecimento do toque de recolher está a inauguração de um bar na região central em que houve flagrante de aglomeração de pessoas e o uso de máscara foi ignorado pela maioria. O prefeito, inclusive, criticou as discordâncias que as atitudes do poder municipal receberam. “Eu não imaginava que o decreto da máscara fosse trazer tanta polêmica, porque afinal ela é para te proteger”, disse. Segundo o chefe do Executivo municipal, as decisões foram tomadas ao lado de outros órgãos, como o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil estadual), além dos técnicos da pasta da Saúde.
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(Texto: Rafael Ribeiro/Publicado por João Fernandes)