Nesta quarta-feira (28), médicos especialistas da linha de frente no enfrentamento da pandemia de coronavírus, se surpreenderam ao se depararem com seus nomes em uma carta contrária à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19.
Conforme na carta, endereçada aos presidentes da Câmara dos Deputados, do Supremo Tribunal Federal e do Senado, pelo menos nove dos 133 signatários dizem que não deram consentimento para assinar a petição.
Entre os especialistas incluídos à revelia estão figuras conhecidas como o infectologista, professor da USP Esper Kallás, o diretor do laboratório de imunologia do Incor Jorge Kalil.
De acordo com a petição, pede-se a revogação da lei 13.979/2020, assinada em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que prevê a obrigatoriedade da vacinação no país.
“Não assinei e nem concordo com ela [a petição]! Denuncio o uso indevido do meu nome. Nunca concordei com o uso político da ciência! Não admito que usem o meu nome com este fim!”, escreveu Kalil, um dos citados na carta.
Resposta dos autores da petição
Segundo a autora da petição, Akemi Shiba, houve “mal-entendido” ao anexar duas listas e que todos os médicos que aderiram à petição enviaram nome e número CRM. Assim que soube do descontentamento, ela excluiu os nomes.
Contudo além da autora da carta, os outros apontados por encabeçar a ação são o grupo Movimento Legislação e Vida, cujo coordenador é Hermes Nery, ex-vereador na cidade de São Bento do Sapucaí, os movimentos Docentes Pela Liberdade (PDL) e Médicos Pela Liberdade, e o grupo Dez Mil Médicos pelo Tratamento Precoce, que conta com apoiadores da cloroquina contra a Covid-19.
Em suma Nery e outros representantes não se pronunciaram sobre o caso.
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