Medida restritiva do município começa na meia-noite de sexta (27), com duração de 5 horas, valendo por 15 dias
Em menos de um mês e meio da decisão pelo fim do toque de recolher na Capital, a prefeitura decide retomar a medida a partir da 0h desta sexta-feira (27), valendo por 15 dias. Após uma reunião realizada com representantes da saúde e do setor comercial, ficou decidido ainda o aumento da fiscalização para cumprimento do decreto.
As novas medidas de combate a pandemia foram anunciadas no mesmo dia que o governo comunicou sobre aumentos de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade. As duas medidas se devem ao aumento dos casos e de internações por COVID-19.
Após a reunião de ontem (25), que analisou os números do coronavírus na Capital, ficou decidido o retorno do toque de recolher por 15 dias conforme publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande).
Além dessa decisão, foi autorizado o aumento de agentes para intensificação das fiscalizações realizadas pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Vigilância Sanitária e Guarda Civil Metropolitana durante as madrugadas e blitzes educativas a partir da 1h.
Segundo o prefeito Marquinhos Trad, as medidas adotadas foram estudadas e discutidas com base no número de pessoas infectadas e a capacidade que o município tem para atender estes pacientes. O prefeito ainda destacou que esse será o único decreto com nova medida restritiva. O transporte coletivo, aulas e festas continuam com as regras de flexibilização. A norma não será aplicada aqueles que comprovarem serviços essenciais como farmácias, postos de gasolinas e delivery.
Para o secretário municipal de Saúde, José Mauro, a volta do toque de recolher vai ajudar a manter o público-alvo da COVID em casa, buscando a redução do aumento dos casos e lotação de leitos. “Nos últimos dias, a equipe técnica da Secretaria de Saúde observou um aumento expressivo da contaminação de pacientes mais jovens, entre 20 e 39 anos e a preocupação é que estes jovens passem a contaminar pais e avós, criando a necessidade de mais leitos e até o aumento da letalidade, por isso é tão importante essa decisão que foi definida em conjunto, e que pode ser revista de acordo com a necessidade”, comentou.
Leitos de UTI
Ainda ontem (25), na governadoria, o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, junto com o secretário do município e representantes de unidades hospitalares da Capital, se reuniram para discutir a ativação de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) para pacientes com coronavírus em Campo Grande.
De acordo com Geraldo, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) teve uma reunião com o governador na qual retratou o quadro alarmante desse novo momento da doença em Mato Grosso do Sul, com o crescimento de casos assim como o crescimento de 70% de internações em 14 dias, saindo de 206 casos para 356 ocupação de leitos UTI. Além disso, houve a ocupação de unidades hospitalares importantes da Capital em 100%, como na Santa Casa, HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Unimed, Cassems e Proncor.
“Por isso, nos reunimos para adotar medidas para evitar ou amenizar o impacto da doença neste momento. Com a participação do município, vamos abrir 10 leitos no Hospital Regional e conversamos com reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para abrir 10 leitos novamente no [Hospital] Universitário”, detalhou.
O secretário não citou especificamente a data de ampliação, mas afirmou que as condições para abrir os leitos já foram tomadas e eles serão habilitados entre esta e a próxima semana, contando com apoio do município para contratação de profissionais da saúde.
O secretário de Saúde do Estado ainda lamentou sobre os municípios, incluindo a Capital, que estão em bandeira vermelha, mas não quererem adotar os programas Prosseguir e Rastrear. Ele opinou sobre a nova decisão do toque de recolher.
“Não podem ser medidas de ‘faz de conta’, nós estamos lidando com vidas e nesse momento é de preservar vidas, a economia que aguarde, espero que tenhamos essa compreensão, pois não queremos reproduzir a situação de caos que vivenciou outros estados brasileiros”, disse Geraldo.
“Eu não acredito em toque de recolher em 0h, para ser eficaz, precisa ser no mínimo às 20h e no máximo às 22h”, finalizou. Veja mais.
(Texto: Dayane Medina)