Um estudo publicado recentemente sobre a eficácia da CoronaVac em idosos sugeriu que uma terceira aplicação da vacina ou com outro imunizante fosse feita para aumentar a proteção. O estudo foi liderado pelo infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Julio Croda com mais de 15 mil idosos. No entanto, o Instituto Butantan afirmou que este não é o momento para pensar em uma terceira dose.
A pesquisa apontou que a taxa de eficácia da CoronaVac cai para menos de 50% em idosos com mais de 80 anos, o que levaria a uma terceira dose para aumentar a eficácia. O estudo não tem revisão ainda e não levou em conta a hospitalização em casos graves e mortes.
De acordo com as informações do portal R7, o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva na semana passada, descartou a aplicação de uma terceira dose por enquanto. “Fiquem tranquilos, essa é uma das melhores vacinas que estão disponíveis no mundo e que agora tem efetivamente demonstrado o seu papel na vacinação sobre a epidemia”. Ele ainda disse que os dados que o instituto tem são diferentes dos indicados pelo levantamento.
O Butantan já havia informado que a vacina não impede a infecção por Covid-19, mas reduz os casos graves que necessitam de internação e que podem até evoluir para mortes. O diretor da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, compartilha da mesma posição, de acordo com o R7.
O portal divulgou ainda que um estudo feito pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas) apontou que a vacinação evitou cerca de 14 mil mortes de idosos acima dos 80 anos no Brasil. Os idosos nesta faixa etária foram vacinados, em sua maioria, pela CoronaVac.
“Nenhuma surpresa, a vacina foi 50% eficaz dentro do estudo, que envolveu 5% só de idosos. É natural que com mais idosos a tendência seja baixar — e ficou em torno de 42%, bem dentro do que se esperava para qualquer forma de doença. A gente vai ver mortes em indivíduos vacinados com qualquer vacina. Nenhuma vacina dá 100% mesmo. Uma vacina que talvez tenha 95% de prevenção de mortes, 5% ainda vão morrer. Se você tem 2 mil mortos por dia hoje, quando estivesse todo mundo vacinado ainda teria 100 mortes por dia, por exemplo”.
Kfouri, afirmou ainda que a CoronaVac é usado nos programas de imunização de Chile e Uruguai e que teve excelentes resultados na prevenção de mortalidade de idosos. Ainda conforme o divulgado pelo R7, ele sustentou que uma dose de reforço deve ser pensada apenas em se houver variantes do vírus que escapem de maneira significativa da imunidade dada pela vacina atual.