Estudo da Arauco prevê 5 árvores plantadas para cada extraída e uso de tecnologia para minimizar ruídos, odores e gases

Foto: Fazenda Lobo,
em Água
Clara-MS/Zig Koch
Foto: Fazenda Lobo, em Água Clara-MS/Zig Koch

O próximo passo é fazer audiência pública em Inocência, para debater sobre a nova fábrica

A Arauco apresentou o EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) para dar início à licença para instalar a nova fábrica de celulose, em Inocência. No documento, tem diversos detalhamentos para dar início ao projeto, como usar tecnologia para minimizar ruídos, odores e gases, além de plantar cinco árvores para cada uma extraída. Para a implantação, será necessário remover 69,3 hectares de vegetação. 

“Desde a assinatura do termo de compromisso, estamos em diálogo constante com governo, município, entidades do Sistema S, lideranças regionais, entre outros órgãos, para proporcionar o crescimento sustentável em Inocência. Estamos comprometidos com o desenvolvimento local. Nosso objetivo é que o projeto Sucuriú esteja em harmonia com o meio ambiente e com a comunidade”, afirma o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios, Mário José de Souza Neto.

O estudo fez uma abordagem sistêmica do empreendimento, suas características principais, o cenário dos meios físico, biótico e socioeconômico. 

No meio físico foram contemplados aspectos tais como: clima e condições meteorológicas, geologia, geomorfologia e pedologia, recursos hídricos, qualidade do ar e níveis de ruído e vibração.

Em relação aos impactos decorrentes do consumo de água, os estudos efetuados confirmam a disponibilidade hídrica do rio Sucuriú, que apresenta uma vazão média de 322,3 m³/s e vazão mínima (Q 7,10) de 178,6 m³/s no ponto de lançamento da fábrica da Arauco. O consumo da água para operação da indústria está estimado em 5,38 m³/s (que representa 1,67% da vazão média do rio), sendo que mais de 90% desse volume retornará ao rio Sucuriú.  

Além disso, serão construídos alojamentos para 9 mil trabalhadores, contando com um ambulatório, uma via de acesso, local para recebimento da matéria-prima, terraplanagem, estações para tratamento de água e de efluentes.

A Arauco também destaca que vai manter programa voltado à fauna, sobre afugentamento, captura e monitoramento, além de também acompanhar a qualidade da água do rio. 

“O Rima identifica os impactos derivados da instalação do projeto e da operação da fábrica, e as medidas mitigatórias para reduzi-los. Entre elas, a utilização das melhores tecnologias, visando a redução, controle e monitoramento dos efluentes líquidos e emissões atmosféricas. Apresenta os programas de monitoramento de fauna e flora, gerenciamento de resíduos para reaproveitamento e reciclagem, de interferência na estrutura urbana, dentre outras iniciativas, orientadas pelas políticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), que fazem parte do DNA da Arauco”, diz parte da nota enviada ao jornal O Estado.

O próximo passo é fazer audiência pública em Inocência, para debater sobre a nova fábrica. Se aprovado o projeto, a empresa precisa obter uma licença prévia, após a de instalação, para o começo das obras e, depois, a de operação. 

O projeto  

Ao todo, o investimento no projeto Sucuriú deve chegar a R$ 28,3 bilhões, dos quais R$ 15 bilhões devem ser aplicados na primeira fase. A previsão é que a obra fique pronta em 2028. A expectativa de geração de empregos é 12 mil no pico das obras e de 1.070 na fase de operação.

Denominado “Projeto Sucuriú”, a planta industrial estaria localizada a 50 km de Inocência e fica na margem esquerda do rio Sucuriú, a 100 km do rio Paraná, próximo à rodovia MS 377 e a 47 km da malha ferroviária, canais que garantirão a eficiência logística ao escoamento da celulose para exportação e para mercados como a região Sudeste do país. O anúncio foi feito em junho de 2022, pelo ex-governador do Estado, Reinaldo Azambuja, junto com a diretoria do grupo chileno, durante evento de lançamento oficial do Profloresta (Plano Estadual de Florestas Plantadas) da Semadesc (Secretaria de Estado da Produção, Meio Ambiente Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar), antiga Semagro.

Esta será a quinta indústria de celulose a se instalar em Mato Grosso do Sul, sendo pioneira entre as empresas florestais do mundo a ser certificada como carbono neutro. A primeira fase do projeto, correspondente a 2,5 milhões de toneladas/ano, terá capacidade para produzir sozinha metade da atual capacidade instalada de celulose do grupo Arauco, equivalente a 5,2 milhões de toneladas. Terá também capacidade de gerar energia a partir do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina, entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação. O vapor produzido pelas caldeiras terá capacidade de gerar aproximadamente 400 megawatts (MW) de eletricidade, sendo que cerca de 200 MW serão usados para consumo próprio, pela unidade industrial. Os 200 MW de energia excedente suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes seriam disponibilizados ao mercado livre de energia.

Por Suzi Jarde – Jornal O Estado do MS.

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