2024 bate recorde e se torna o ano mais quente da história, segundo a ONU

Foto: Ralf Vetterle/Pixabay
Foto: Ralf Vetterle/Pixabay

Aquecimento global segue tendência de alta e especialistas alertam para riscos crescentes ao planeta

O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em um relatório divulgado nesta quarta-feira (19), a agência da ONU confirmou que a temperatura média global superou, pela primeira vez, 1,5°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).

Mesmo que esse marco não signifique que a meta do Acordo de Paris tenha sido definitivamente comprometida, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou a gravidade da situação. “Embora um único ano de aquecimento superior a 1,5°C não indique que os objetivos de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris estejam fora de alcance, é um sinal de alerta de que estamos aumentando os riscos para as nossas vidas, economias e para o planeta.”

Os pesquisadores apontam que a quebra do recorde foi impulsionada principalmente pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa, aliado à oscilação entre os fenômenos climáticos La Niña e El Niño. Além da alta nas temperaturas, outros indicadores também atingiram patamares preocupantes. O nível de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera foi o mais elevado dos últimos 800 mil anos. “O dióxido de carbono permanece na atmosfera durante gerações, retendo o calor”, alerta o relatório.

Os oceanos também sentiram os impactos. Em 2024, eles registraram a maior taxa de aquecimento dos últimos 65 anos, absorvendo cerca de 90% da energia extra gerada pelos gases de efeito estufa. Como consequência, o nível do mar subiu em ritmo acelerado, dobrando sua taxa de elevação entre 2015 e 2024 em comparação com o período entre 1993 e 2002.

A perda de gelo nos polos segue a mesma tendência preocupante. O Ártico registrou suas 18 menores extensões de gelo nos últimos 18 anos, enquanto a Antártida teve a maior perda de massa glacial já observada.

As consequências dessas mudanças climáticas extremas foram sentidas em diversas partes do mundo. Segundo a OMM, 18 países enfrentaram agravamento das crises alimentares devido aos impactos do clima, somados a conflitos e ao aumento dos preços dos alimentos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou que ainda há tempo para agir, mas medidas concretas precisam ser adotadas com urgência. “Os líderes têm de tomar medidas para que isso aconteça, aproveitando os benefícios das energias renováveis baratas e limpas para as suas populações e economias, com os novos planos nacionais para o clima que deverão ser apresentados este ano”, afirmou.

O relatório da OMM foi elaborado a partir de contribuições de instituições meteorológicas de diversos países, centros climáticos regionais e especialistas da ONU.

 

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