“Horrível”. Foi assim que Daniela Costa Arruda descreveu a perda do marido, o piloto Marcelo Pereira de Barros, morto na queda de um avião de pequeno porte na noite de terça-feira (23) em uma fazenda turística do Pantanal sul-mato-grossense. Em entrevista à TV Morena, a viúva, em lágrimas, contou que o marido “estava trabalhando como sempre” e que não teve tempo de se despedir. Daniela acompanhou o filho ao Instituto Médico Legal (IML) de Aquidauana para coleta de material genético, procedimento necessário para identificação oficial dos corpos.

Daniela Costa Arruda, viúva do piloto Marcelo Pereira de Barros – Foto: reprodução/TV Morena
Além de Marcelo, morreram no acidente Kongjian Yu, renomado arquiteto chinês, os cineastas Rubens Crispin Júnior e Luiz Ferraz, ambos de São Paulo, e o arquiteto chinês cuja identidade não foi divulgada. Os familiares dos brasileiros chegaram ao Mato Grosso do Sul para fornecer material genético, enquanto o consulado chinês auxilia na vinda de parentes da quarta vítima, o que pode atrasar a liberação do corpo.
A Polícia Civil e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigam as causas da tragédia. A aeronave, um Cessna 175 fabricado em 1958 e de matrícula PT-BAN, só podia voar com regras visuais e durante o dia. O pôr do sol em Aquidauana na terça ocorreu às 17h40, e a queda foi registrada por volta de 18h10, quando o voo já era irregular.
O avião também não possuía autorização para operar como táxi-aéreo, hipótese que será apurada pela polícia. Um inquérito foi aberto com prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. O Cenipa fará análise dos destroços e do histórico de manutenção.
O acidente
Segundo as autoridades, a aeronave perdeu altitude cerca de 100 metros após a cabeceira da pista e explodiu ao atingir o solo. Trabalhadores da fazenda usaram trator e caminhão-pipa para conter o fogo, mas os quatro ocupantes morreram carbonizados. Inicialmente, chegou a ser cogitada a presença de porcos-do-mato na pista, mas a hipótese foi descartada.
Enquanto a perícia avança, os corpos permanecem no IML de Aquidauana. A liberação dependerá da confirmação genética e da chegada dos parentes do arquiteto chinês ao Brasil. “Ele saiu para trabalhar e não voltou. É uma dor que não dá para explicar”, desabafou Daniela, resumindo a tragédia que choca o Pantanal e reacende o alerta sobre voos fora das normas de segurança.
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais
Delegada da Polícia Civil detalha investigação sobre acidente aéreo em Aquidauana