Vacinação da influenza ‘patina’ e aplicação é menor que 15%, nas maiores cidades de MS

Nilson Figueiredo
Nilson Figueiredo

Por outro lado, imunização contra covid-19 avança e mantém números altos, nos maiores municípios

Com mais de um mês de Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, para grupos prioritários, nas cidades de Campo Grande e em Corumbá, a adesão à vacina está muito abaixo do esperado.

Na Capital, cerca de 43,6 mil pessoas já receberam doses do imunizante. O número corresponde a cerca de 12% do público-alvo. Em Dourados, até a última semana, foram contabilizadas 7.253 doses, representando cerca de 9,14%. Em Três Lagoas, foram 7.563 pessoas vacinadas. Já na cidade de Corumbá foram aproximadamente 7.170 pessoas, o que corresponde a 14% do público-alvo já imunizado.

De acordo com a secretária de Saúde de Corumbá, Beatriz Assad, a secretaria segue adotando estratégias para o aumento da cobertura vacinal, no município. “Uma delas é a abertura dos pontos de vacinação aos finais de semana, à noite e também estamos indo em algumas instituições, atrás do público-alvo. A campanha da influenza começou a pouco, acredito que vamos melhorar e muito a cobertura, mas precisamos do apoio da população, para se vacinarem antes do inverno, quando aumenta a circulação dos vírus respiratórios”, disse.

Na Capital, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), também incluiu datas e horários alternativos para vacinação. Nos feriados, os postos de saúde permanecem abertos, tanto para vacinação contra a influenza quanto para a vacinação contra a covid-19 que, desde o início da campanha, está a todo vapor, para completar o quadro vacinal da população local.

O titular da Sesau, Sandro Benites, afirmou que, infelizmente, estamos tendo uma redução muito grande de vacinação em todo o Brasil, porém, nas cidades menores, o acesso é maior. “Eu vi que, no interior, com exceção de Dourados e Três Lagoas, estamos tendo maior adesão à vacinação. Em Campo Grande, estamos priorizando os idosos, estamos fazendo um trabalho dentro das comunidades fechadas, como os asilos, casa de cuidadores, as pessoas acamadas, então, precisa-se de toda uma logística para fazer isso.

Mas a população, por outro lado, também não está procurando as unidades de saúde, para se vacinarem contra a influenza”.

Ele destaca ainda que “essa é uma doença muito grave, não é uma gripe comum, então, é importante a gente ter se vacinado, a maneira mais simples, eficiente, barata e eficaz de cada um fazer a sua parte. Nós temos mais de setenta unidades em que está disponível a vacinação de forma gratuita, para todos os 18 grupos de risco”, esclarece, Sandro.

O secretário municipal de Saúde de Dourados, Waldno Lucena, explicou, ao jornal O Estado, que as equipes estão 100% empenhadas para avançar com a vacinação e que todo resultado, no sentido da prevenção, deve ser comemorado. “É importante fazer um apelo para que, quem já está na idade ou nos critérios de vacinação, não deixe passar a oportunidade de se proteger!”, finaliza.

Rede particular oferece vacina quadrivalente

Mesmo estando em plena campanha de vacinação contra a gripe, pela rede pública, nem todos os públicos podem ser imunizados, nesta primeira etapa. A vacina é apenas para grupos prioritários, como crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas, adultos a partir de 60 anos, profissionais da saúde, professores e profissionais de escolas públicas e privadas, população indígena e pessoas com doenças crônicas.

Para os outros públicos, quem desejar se vacinar é possível contar com as redes particulares que, além de abrangerem todos os públicos a partir dos 6 meses de vida, também oferecem a quadrivalente, que confere uma proteção a mais do que a da rede pública, que é trivalente, conforme declara o médico pediatra Dr. Alberto Jorge Félix Costa.

Ele explica que o importante, de fato, é se vacinar e garantir a imunização, seja na rede privada ou pública, mas destaca a diferença entre os dois imunizantes.

“A vacina da rede privada é chamada de quadrivalente, pois protege contra um vírus a mais do que a da rede pública, que são as distribuídas nos postos de saúde.

São duas da influenza A e duas da influenza B, sendo assim, a da rede particular protegecontra quatro vírus, enquanto a outra, contra três”, explicou Dr. Alberto.

As vacinas contra a gripe, nas clínicas de imunização, custam de R$ 100 a R$ 180, e o valor pode ser alterado, dependendo da forma de pagamento. Em algumas clínicas, inclusive, é possível solicitar a aplicação da vacina no conforto de casa, usando o serviço de atendimento domiciliar.

As vacinas contra a gripe, atualmente disponíveis, são feitas de uma variedade de subtipos de vírus que estão causando surtos em todo o mundo e podem representar um risco de transmissão, no inverno seguinte. É importante lembrar que as vacinas são feitas antes da “estação da gripe” e esse período não coincide com o nosso: nos países do hemisfério norte, elas abrangem de dezembro a março. No Brasil, é de junho a agosto.

Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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