Aliado de Eduardo Bolsonaro, o principal líder armamentista do país, o advogado sul-mato-grossense Marcos Pollon faz campanha pela ampliação de candidatos a favor dessa causa nessas eleições.
Marcos Pollon possui 165 mil seguidores no Instagram, pela página do PROARMAS, um movimento que surgiu em 2019 para produzir informações sobre o acesso civil às armas de fogo.
Pollon diz que não há mais dúvidas de que é preciso estar dentro do meio político, por onde percorre o país, para emplacar os objetivos do movimento: desburocratizar o acesso às armas e facilitar a legítima defesa.
“Nós estamos bastante frustrados com a tal ‘Bancada da Bala’, que já existe há muito tempo e não tem convertido resultados concretos. Então, pretendemos criar a ‘Bancada da Liberdade’, que tem a intenção de defender as liberdades civis e os direitos fundamentais que nos foram tolhidos, como o direito de legítima defesa. A liberdade do brasileiro foi muito atacada nestes últimos dois anos, então a pretensão do próprio Eduardo Bolsonaro e de todos que acompanho, seja eu, o Mário Frias, André Porciuncula, Júlia Zanatta, Seif, são pessoas que buscam lutar por liberdade antes de qualquer coisa”, defende.
Em entrevista ao jornal O Estado, Pollon argumenta que a arma representa muito mais do que a sensação de segurança, mas sim o direito a legítima defesa. Sobre o presidente Jair Bolsonaro ter registrado mais de 1 milhão de armas durante o governo, Pollon rebate que o maior número de armas está nas mãos das pessoas do crime, e que há uma narrativa de criminalização ao afirmar que, por meio da liberação das armas à população, fica-se vulnerável a massacres como o do Texas, nos Estados Unidos.
“O que existe é uma burocracia desmedida e irracional no Brasil, principalmente considerando que todos os ataques em massa nos EUA aconteceram em lugares em que não se podia ter armas, o que demonstra que o criminoso psicopata não respeita a legislação. Então, a legislação de restrição não tem eficácia nenhuma para evitar esse tipo de eventualidade”, defende.
“A grande verdade é que os criminosos sempre terão acesso às armas pois não respeitam a legislação porque o único jeito de parar um homem mau com uma arma é um homem bom com uma arma”, complementa.
O Estado: Como surgiu o Movimento Pró-Armas no país?
Pollon: O Movimento Pró-Armas surgiu a partir de uma militância, em 2005, e gradualmente foi evoluindo até que, em 2015, fundamos o Instituto Conservador em Mato Grosso do Sul. Já em 2017, criamos a comissão para o porte de armas na OAB/MS e viabilizamos também em outros estados, mas formalmente o Pró-Armas surgiu em 2019, quando já havia uma capilaridade por todo o país.
O Estado: O movimento tem ganho força e conta com apoio de um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, que trabalha para ampliar a “Bancada da Bala”. Em MS você seria este nome?
Pollon: Na verdade, nós estamos bastante frustrados com a tal “Bancada da Bala”, que já existe há muito tempo e não tem convertido resultados concretos. Então, pretendemos criar a “Bancada da Liberdade”, que tem a intenção de defender as liberdades civis e os direitos fundamentais que nos foram tolhidos, como o direito de legítima defesa.
A liberdade do brasileiro foi muito atacada nestes últimos dois anos, então a pretensão do próprio Eduardo Bolsonaro e de todos que acompanho, seja eu, o Mário Frias, André Porciuncula, Júlia Zanatta, Seif, são pessoas que buscam lutar por liberdade antes de qualquer coisa, entre os temas de liberdade está o direito individual de legítima defesa e acesso às armas.
O Estado: Um levantamento feito pelo site UOL trouxe uma reportagem com o título: “Sob o governo de Jair Bolsonaro, mais de 1 milhão de armas foram registradas”. Passou a ser mais fácil ter uma arma nas mãos?
Pollon: Realmente não se trata de ter ficado mais fácil ter uma arma, ficou mais racional. O sistema era distorcido, uma série de regularidades impedia as pessoas de ter acesso a arma de fogo, sendo a própria legislação ainda mais restritiva do que já é de uma forma ilegal.
O presidente veio e sanou essa situação, permitindo que a legislação funcionasse de uma forma mais racional. Um exemplo para tratar é que a efetiva necessidade por arma de fogo fosse fixada como parâmetro objetivo, sendo lastreado ou pareado com os índices de homicídio.
O Estado: Em que casos o uso da arma é importante?
Pollon: O uso da arma é importante em vários aspectos, não só para o exercício da legítima defesa propriamente dito, mas para defesa de todos os direitos que existem. Se você não pode defender seus direitos você não tem direito nenhum, então tudo começa pela possibilidade, seja de propriedade, liberdade, sociedade livre, possíveis déspotas ou até mesmo ditadores que venham nos ameaçar.
Muitos acham um absurdo, mas vejam a situação da Ucrânia, até algum tempo atrás ninguém pensou que ela seria invadida, e quando aconteceu o governo distribuiu armas para a população defender seu território, ou seja, o desarmamento enfraquece a própria soberania do país.
Também ao uso esportivo da arma de fogo, que foi o primeiro a dar para o Brasil uma medalha de ouro nas Olimpíadas, um esporte totalmente tradicional no nosso país, que vem se fortalecendo cada vez mais.
O Estado: E você já usou arma?
Pollon: Certamente já usei armas, no manejo dos javalis invasores, o que causa um impacto econômico muito grande em termos de prejuízo.
O Estado: Hoje, para tirar a posse e o porte custa quanto?
Pollon: Hoje, para você dar entrada no seu porte de arma, irá gastar em torno de R$ 1 mil, com documentação, despachante, exame de tiro, psicológico, mas, se você fizer por conta, sem despachante, vai reduzir para uns R$ 700 a R$ 800.
O Estado: A arma te traz sensação de segurança?
Pollon: É muito mais do que a sensação de segurança, é o seu direito de legítima defesa, principalmente residencial, se você estiver sofrendo ameaças, e isso irá evitar que aconteça algo de proporções maiores.
O Estado: Nas mãos erradas, o que pode acontecer?
Pollon: Armas nas mãos de pessoas do crime é o mais comum, vale dizer que não é difícil ter acesso à compra de armamento no Brasil, difícil é comprar legalmente.
O país já teve mais de 60 mil homicídio ao ano e após a facilitação ao acesso armas de fogo estes números reduzidos significamente. Por muito tempo alguns segmentos do estado brasileiro protegeu marginais enquanto cidadão de bem desarmado; lutamos contra isso.
O Estado: O maior medo do armamento no Brasil é que cenas recorrentes nos EUA, de jovens realizarem massacres em espaços públicos, possam se repetir no nosso país. O que te faz pensar ao contrário?
Pollon: Na verdade isso é uma premissa falsa, não existe esse maior medo, principalmente considerando que todos os ataques em massa nos EUA aconteceram em lugares em que não se podia ter armas, o que demonstra que o criminoso psicopata não respeita a legislação.
Então, a legislação de restrição não tem eficácia nenhuma para evitar esse tipo de eventualidade, agora o que também é muito nítido é que, quando se tentou fazer esse tipo de ataque em lugares que não eram livres de armas, ou seja, em que as pessoas tinham acesso ao porte, o agressor foi neutralizado.
Exemplo: um ataque no Texas, que aconteceu em uma igreja e logo a pessoa foi neutralizada; já duas semanas depois daquele ataque amplamente divulgado no Brasil de um sujeito que atacou crianças, um outro cidadão tentou fazer um ataque parecido, mas foi em uma região que pessoas poderiam ter armas, e o sujeito foi neutralizado por uma mulher portando uma 9mm.
A grande verdade é que os criminosos sempre terão acesso às armas pois não respeitam a legislação porque o único jeito de parar um homem mau com uma arma é um homem bom com uma arma.
O Estado: Nas mãos erradas, o que pode acontecer?
Pollon: Na verdade não é um convite, mas uma determinação, pois o Eduardo Bolsonaro sabe da importância de ter um especialista nesta pauta para trabalhar nas alterações legislativa necessárias para concretizar o propóstivo do presidente de assegurar este direito.
[Texto: Bruno Arce, Jornal O Estado de MS]