Tutores fazem protesto no Aeroporto Internacional de Campo Grande pedindo justiça por Joca

Foto: Juliana Aguiar
Foto: Juliana Aguiar

Na manhã deste domingo (28), o Aeroporto Internacional de Campo Grande foi palco de um ato pacífico, onde manifestante levaram seus animais e realizaram um protesto, com o pedido de regulamentação para transporte de pets, para que possam viajar nas cabines das aeronaves, junto a seus tutores e que os cuidados com o transporte sejam revistos e melhorado pelas companhias aéreas. Os tutores viram um comunicado nas redes sociais e voluntariamente, compareceram no aeroporto.

Foto: Juliana Aguiar

O protesto intitulado “Marcha da defesa animal”, aconteceu simultaneamente em diversas cidades do Brasil, e foi promovido em virtude da morte de Joca, um cão da raça Golden Retriever, que morreu no dia 22 de abril, devido a uma falha no transporte aéreo, feito pela companhia Gol.

Foto: Juliana Aguiar

Ângela Pozzebon é tutora dos Goldens Fabrício e Tereza, e faz parte do grupo dos Golden Retriever de Campo Grande. Ela explicou que o objetivo do movimento é chamar a atenção das autoridades, em relação à segurança dos animais em viagens. Mesmo nunca tendo viajado de avião com seus Goldens, pois prefere levá-los em viagens de carro, Ângela disse se algum dia precisar transportá-los de avião, deseja que eles sejam bem tratados durante o transporte, com o devido cuidado.

Ângela com os os Goldens Fabrício e Tereza – Foto: Juliana Aguiar

“Por mais que eles sejam transportados embaixo, no porão de cargas, devido às leis, que sabemos que existem e respeitamos, queremos que eles viajem com tranquilidade, tendo um pouco mais de cuidado, porque, eles fazem parte da nossa família. Foi bem triste receber a notícia da morte do Joca. Já perdi um, não pela mesma circunstância, mas só quem perde um filho, sabe o quanto é triste”, finalizou.

Foto: Juliana Aguiar

Cátia Carla Caliani tem um cachorro vira-lata, o Charlie, 5 anos, e participou do ato em apoio a todos os pets, a quem ela se refere como “amiguinhos do Joca”. Ela já realizou viagens aéreas e devido às regras da companhia e ao porte, Charlie pode viajar junto com ela, na cabine.

Charlie – Foto: Cátia Caliani

“Coração de mãe, a gente nunca quer perder um filho, né? Sinto a dor de todos os tutores que perdem seus de pets! O Joca representa todos os animaizinhos, que precisam ser transportados de avião, então o objetivo é para que todos os pets, independentemente do tamanho, da raça, possam ir na cabine com seus tutores”, afirma.

Bruna Caminha, é empresária do ramo pet e tutora da Ohana, da raça Spitz Alemão, e fez questão de participar do protesto, pois acredita que erros podem sim acontecer, mas se Joca tivesse sido retirado da cabine quando chegou no destino errado, recebido água e ter sido alocado em um local com ventilação adequada, não teria morrido.

Bruna com sua pet, Ohana – Foto: Juliana Aguiar

A empresária que já fez viagens aéreas com seus pets, falou sobre a necessidade de mais cuidado e respeito com os animais, para que possam viajar junto de seus tutores ou com algum responsável da companhia aérea.

“Estamos aqui hoje pedindo justiça pelo Joca! Estamos aqui pedindo para que os pets vão na cabine, na parte de cima, um lugar ventilado, porque eles merecem respeito e justiça, independente da raça, do tamanho. Infelizmente, os cães maiores não têm esse privilégio ainda por muito preconceito. Por isso que a gente está pedindo essa justiça!”

Andreia Almeida é tutora da Golden Nala, relembrou a situação vivida por Joca, que além de ser enviado para o destino errado, foi deixado no sol, sem a quantidade de água suficiente, tendo em vista que é uma raça que sente muita sede, além de não ter recebido atendimento médico. Andreia disse que já deixou de viajar, devido ao tipo de embarque que é oferecido.

“Eu já deixei de viajar, justamente por causa do tipo de embarque. O primeiro Golden que tive, veio de avião, mas eu não sabia como o transporte era feito. Quando descobri como era o transporte, fiquei com medo e nunca mais permiti. Já viajamos com ela para Porto Seguro, Salvador, Rio de Janeiro, sempre de carro. E optamos por viagens de carro porque gostamos muito dele e queremos que ela esteja conosco nesses momentos.

Andreia com sua Golden, Nala – Foto: Juliana Aguiar

 

A morte de Joca

Joca deveria ter sido transportado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para o Aeroporto de Sinop (MT), onde seu tutor o esperava. O cão foi levado para o Aeroporto de Fortaleza (CE). O animal foi encontrado morto após passar mais de oito horas dentro do avião em razão de um erro na logística. No trajeto original, joga deveria ter passado duas horas e meia dentro da aeronave. A polícia ainda aguarda o resultado do laudo da morte de Joca.

Joca e seu tutor – Foto: Reprodução/Redes sociais

A Agência Nacional de Aviação Civil abriu investigação para avaliar o caso. O Ministério dos Portos e Aeroportos solicitou explicações por parte da empresa. Após a morte do cão Joca, a Gol informou que “foi surpreendida” com a situação e suspendeu o transporte de cães e gatos por 30 dias. “A companhia está oferecendo desde o primeiro momento todo o suporte necessário ao tutor e a sua família. A apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade pelo nosso time”, disse a empresa, em nota.

 

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