Sucessão à prefeitura ainda é indefinida, mas com vários possíveis pré-candidatos

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Diversos nomes surgem como pretendentes, mesmo faltando mais de um ano para a realização do pleito 

O cenário para as eleições municipais de 2024, em que os eleitores votarão para prefeitos(as) e vereadores(as), ainda está sendo desenhado, em Campo Grande. Com o quadro indefinido, é possível observar diversos nomes em potencial e pretensos pré-candidatos de partidos de direita, esquerda e centro. 

Até as convenções previstas para o final do primeiro semestre do ano que vem, muita água vai rolar embaixo da ponte e os que hoje se dizem interessados podem mudar de ideia e serem engolidos por grupos, assim como os que sequer são citados podem surgir e mudar alianças e quadros.

Em Campo Grande, até o momento, há uma dezena de possíveis interessados em disputar a chapa majoritária, entre eles, deputados e vereadores, além da prefeita Adriane Lopes (Patriota), que deve disputar à reeleição, com o apoio de seu grupo político, firmado ao longo dos anos pelo esposo, o deputado estadual Lídio Lopes (Patriota).

Reeleição

Adriane Lopes, do Patriota, se recusa a dizer explicitamente que concorre à reeleição. Nos primeiros 100 dias de governo, neste ano, ela disse que namorou o PL, mas posteriormente mirou no Progressistas. Como a família Lopes é conservadora e de direita, o leque a ser aberto para a mudança de partidos é longo. “Tá muito cedo ainda para tomar essa decisão [de reeleição]. Primeiro, temos de trabalhar e fazer as entregas. Temos de focar na administração e estamos mostrando a solução”, disse Adriane Lopes, quando questionada pela imprensa.

PDT

O PDT não lançou candidato a prefeito na eleição de 2020 e, por enquanto, o pré-candidato é o deputado estadual Lucas de Lima. “Estive reunido com o presidente nacional e hoje sou o pré-candidato do PDT para a Prefeitura de Campo Grande”, revelou o deputado, ao jornal O Estado.

MDB

O ex-governador André Puccinelli, do MDB, também pode vir a concorrer à cadeira do Executivo. Ele, que já governou a Prefeitura de Campo Grande e o Estado por duas vezes, concorreu ao cargo de governador de 2022, tentando retomar a vida política, porém foi derrotado e acabou ficando em terceiro lugar. A situação de Puccinelli foi uma surpresa, pois todas as pesquisas e apontamentos de cientistas políticos vislumbravam uma grande possibilidade de ele concorrer ao segundo turno com o atual governador Eduardo Riedel (PSDB). 

Após o período, André Puccinelli segue alimentando suas redes sociais, visitando políticos e instituições, com um tom de quem vai querer entrar na disputa, em 2024. Ele foi indagado pela imprensa diversas vezes e só diz que é “candidato a alguma coisa”, podendo concorrer tanto ano que vem, como em 2026. “Eu ainda não sei se devo concorrer. Serei candidato a alguma coisa, mas preciso conversar com o meu partido e com meus parceiros de grupo, para viabilizar tudo isso”, disse Puccinelli.

PL

Entre os partidos conservadores, o PL tem nomes como o do deputado federal Marcos Pollon, do deputado estadual João Henrique Catan e do deputado estadual Coronel David. Todos eles possuem uma característica em comum: são bolsonaristas e devem tentar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, em caso de futura campanha eleitoral. 

“Meu nome está à disposição do partido”, disse Coronel David, quando questionado se disputa à prefeitura, no ano que vem. Ele ainda comentou sobre o peso do apoio do ex-presidente. “Certamente que o nome do PL para a disputa da prefeitura sairá da conjugação apoio popular somado ao apoio do Bolsonaro”. 

Marcos Pollon é um nome novo e tem grandes chances de sair candidato, pois foi o deputado federal com maior número de votos, na última eleição.

PRTB

Do PRTB, o deputado estadual Rafael Tavares já informou que pode disputar a majoritária pelo partido, no ano que vem, caso seja chamado. Também pelo partido, há o ex-deputado Capitão Contar, que disputou a eleição para o governo do Estado em 2022 e saiu derrotado, no segundo turno. 

Apesar da derrota, Contar foi o deputado estadual mais votado em sua primeira disputa eleitoral, em 2018 e obteve mais de 600 mil votos no segundo turno para o governo do Estado, em 2022, sendo mais de 210 mil só em Campo Grande. Ele tem um peso enorme para a política da Capital, além de ser alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O ex-deputado já está se preparando e “alinhando projetos” para as eleições municipais de 2024. Como presidente estadual do PRTB-MS, ele pretende ter Bolsonaro como um grande aliado e organizar as questões partidárias para fortalecer a base da direita no Estado, sem correr o risco de fragmentar votos.

Capitão Contar tem um importante legado e é visto como um líder da direita, em Mato Grosso do Sul. Ele está focado em “unir a direita e consolidar os melhores nomes para as eleições”. “Estou, sim, à disposição dos sul-mato- -grossenses, seja para 2024 ou 2026, no meu próprio grupo, na base da direita e alinhado com Bolsonaro. Inclusive, tenho falado com ele, no sentido de fortalecer os projetos para as eleições municipais, como o Rodolfo Nogueira, em Dourados. Nosso consenso é nos organizar, alinhar as questões partidárias do grupo, respeitando os votos e os históricos de cada um, para não fragmentar votos”, revelou Contar.

PT

O PT também deve lançar candidata para disputar a majoritária e o deputado Vander Loubet, líder da bancada, comentou sobre a possibilidade de o partido indicar a deputada Camila Jara, na disputa. Se Jara aceitar, ela poderá realizar campanha eleitoral mesmo estando em mandato na Câmara dos Deputados. Se de fato concorrer e não se eleger, ela volta tranquilamente ao posto, em Brasília. 

O partido está federado com o PV e com o PC do B, por isso o nome a ser disputado passará pelo crivo também desses partidos. Outro nome citado nos bastidores é o da advogada Gisele Marques, militante antiga e que disputou o governo, em 2022. 

União Brasil

O União Brasil vive uma pendenga com a judicialização da eleição do diretório regional. A briga entre os grupos da senadora Soraya Thronicke e da ex-deputada Rose Modesto está longe de se findar, mesmo que Rose consiga comandar o diretório regional. O partido deve lançar candidatura própria, pois tem muita verba do fundo partidário e, entre os nomes, o de Rose Modesto – que sempre sonhou em ser prefeita de Campo Grande – pode ser relançado.

Rose tem história na política da Capital, já foi vereadora, vice-governadora e deputada federal. Ela, porém, amargou derrota quando disputou o governo, em 2022 e alegou falta de apoio político da direção. Se conseguir o comando, a professora pode alavancar seu nome mais uma vez, no cenário político. 

PSDB

O deputado federal Beto Pereira (PSDB) é um dos favoritos do ninho tucano a entrar na disputa, em Campo Grande. O tucano já demonstrou interesse e afirma que aceitará o desafio, caso seu nome seja aceito pelo grupo político. Beto Pereira já foi prefeito de Terenos e se reelegeu para deputado federal, na eleição de 2022. Ele é secretário do diretório regional e muito próximo do presidente do partido, o ex-governador Reinaldo Azambuja.

PSOL/Rede

O PSOL pode lançar o nome do empresário Adonis Marcos de Souza. O militante disputou eleição em 2022, para o cargo de governador e levou temas importantes ao debate, como enxugamento da máquina pública, questões fundiárias e indígenas, em Mato Grosso do Sul e desigualdade social. 

PSB

O PSB já deu largada para articulações rumo às eleições. O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão, esteve, no mês passado, em Brasília, com o diretório nacional, junto ao presidente regional Ricardo Ayache e o ex-deputado Paulo Duarte. Carlão destaca à imprensa que a ideia é lançar chapa majoritária, pois o partido é forte e tem plenas condições. Todavia, o parlamentar prefere dizer que focará no mandato e em reeleição, mas não nega que, se convidado, deixará de pensar em cargos de prefeito ou vice.

Podemos

O Podemos, presidido pelo empresário Sergio Murilo, pode lançar candidatura, assim como fez em 2020. Em 2022, o partido preferiu dar apoio à candidata Rose Modesto, mas não teve êxito. No momento, é representado pelo deputado Rinaldo Modesto na Assembleia Legislativa e pelos vereadores Zé da Farmácia e Clodoilson Pires, na Câmara.

Nanicos

Em MS, também há partidos considerados nanicos e que buscam incorporação e fusão para sobreviver. É o caso do PROS e do Solidariedade, que solicitaram e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deferiu, por unanimidade, o pedido de incorporação do PROS (Partido Republicano da Ordem Social) pelo Solidariedade. Com a decisão, o PROS irá adentrar ao Solidariedade, deixando de existir. Os nanicos têm costume de não lançar chapas majoritárias. Eles negociam apoios e candidaturas de vices com partidos maiores, em muitas ocasiões. 

Outros partidos que devem “sumir” são o Patriota e o PTB, caso a fusão dê certo. A questão está judicializada, após briga entre membros do diretório nacional do PTB. Assim, o futuro do partido, que se chamará “Mais Brasil”, ainda é incerto. 

Por Rayani Santa Cruz  – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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