A SES (Secretaria do Estado de Saúde) recebeu notificação de um possível caso de mucormicose, também conhecido como Fungo Negro, em um paciente de Campo Grande que está com Covid-19. O caso foi comunicado para o órgão na última segunda-feira (31). O alerta do caso foi divulgado na noite de terça-feira (1º).
O paciente é um homem de 71 anos que mora na Capital e tem histórico de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Há informação ainda de histórico de Síndrome Respiratória Aguda Grave, com início dos sintomas no dia 9 de maio. O diagnóstico de Covid-19 foi confirmado no dia 18de maio, por meio de um teste RT-PCR, além de apresentar sintomas como febre, dor de garganta, dispneia, desconforto respiratório, fadiga, anosmia e ageusia além de saturação do O2.
O paciente deu entrada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no mesmo dia do diagnóstico. Ele foi vacinado contra a Covid-19 em 23 de março, com aplicação da segunda dose em 23 de abril. De acordo com a SES, a suspeita da mucormicose surgiu no olho esquerdo “com equimose palpebral intensa e lesão necrótica superior poupando a borda, apresentando quemose conjuntival sanguinolenta e úlcera corneana. Evolução clínica: paciente em V.M., instável hemodinamicamente, sem condições para transferência para instituição de maior complexidade”.
O termo mucormicose se refere a infecções fúngicas causada por agente da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. As pessoas podem contrair a doença entrando em contato com os esporos fúngicos do ambiente. “Por exemplo, as formas pulmonares ou sinusais da infecção podem ocorrer depois que alguém respira em esporos. Essas formas de mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças”, informa a secretaria.
O avanço da doença provoca uma série de sintomas como dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo ter obstrução nasal e secreção nasal necrótica. “Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito”, diz nota da SES.
O tratamento da infecção consiste na remoção dos tecidos mortos. Em alguns pacientes, isso pode resultar na perda da mandíbula superior ou até mesmo do olho. Além disso, são necessários 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. “Como afeta várias partes do corpo, o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros”.
Caso no Amazonas
Um caso de mucormicose foi confirmado no Amazonas na última terça-feira (1º). Um paciente de Manaus de 56 anos morreu em 16 de abril. Ele tinha histórico de diabetes tipo 2 e foi internado no dia 12 de abril. Após ser internado, o paciente teve sintomas de gripe, porém, testou negativo para Covid-19.
Após este diagnóstico, um alerta foi emitido para os médicos que atendem pessoas com diabetes e que estejam infectadas com Covid-19.