Aliados de Rogério Marinho apostam em traições e na votação aberta.
Os senadores Nelsinho Trad (PSD), Soraya Thronicke (União) e Tereza Cristina (PP) devem decidir nos próximos dias em quem irão votar para presidente do Senado. Eles podem não aderir a orientações partidárias e votar de forma independente. Na disputa, estão os senadores Rogério Marinho (PL-RN), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Eduardo Girão (Pode-CE). Na sexta-feira (27), o senador Rodrigo Pacheco, candidato à reeleição, esteve em reunião com Nelsinho Trad falando sobre as designações do partido. Trad também recebeu Eduardo Girão, candidato com menor número de apoiadores.
Questionado sobre em quem vota, Trad disse ao jornal O Estado que está ouvindo os candidatos. Embora exista a chance de que vote em seu companheiro de bancada Rodrigo Pacheco, Nelsinho pode optar por Rogério Marinho, senador indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele, por enquanto, diz que está aberto. “Fui convidado pelos amigos, senadores Marcos do Val e Eduardo Girão, para ouvir as propostas relativas à presidência do Senado. Realmente, são ideias interessantes. Fortes emoções vêm por aí.”
Nesse contexto, os bolsonaristas pressionam os colegas conservadores para que não votem na reeleição de Pacheco. Eles querem que Marinho seja eleito a qualquer custo, e inclusive já fizeram pedidos diretos a Tereza Cristina, que toma posse em 1° de fevereiro. Conservadora e bolsonarista, Tereza Cristina pode não seguir a orientação do presidente do Progressistas, Arthur Lira, que pede para seus senadores votarem em Pacheco, e tentar eleger Marinho.
As chamadas “traições” são comuns em votações para presidente do Senado, pois, com votação fechada, os senadores não ficam expostos. O trio de MS pode optar por essa tática para eleger aliados, já que os partidos que fazem parte estão orientando de forma contrária.
Afastada da ala bolsonarista, Soraya Thronicke também faz mistério sobre o voto. Ela quer emplacar a CPI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, e já foi procurada por Pacheco para tratar do tema. O senador prometeu a ela que, se reeleito, vai emplacar a investigação, o que agrada à senadora. Mesmo assim, ela ainda não crava o nome dele.
Votos públicos
A estratégia dos senadores do PL é tornar seus votos públicos. De acordo com o líder da legenda, Carlos Portinho (RJ), a ideia é mostrar unidade da segunda maior bancada e sinalizar a força da candidatura de Rogério Marinho. Em articulação para garantir apoio a Marinho, o PL abriu mão de disputar a 1ª vice-presidência da Câmara em favor do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). Correligionários de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, acreditam que o preço foi alto demais para correr o risco de defecções.
Há quem defenda, ainda, que outros senadores sejam pressionados a abrir seus votos, como Mecias de Jesus (Republicanos-RR). Ele vinha sinalizando que prefere reeditar o apoio à reeleição do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como uma forma também de garantir votos do PT ao filho, o deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), candidato a ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS
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